Após campanha marcada pela violência, equatorianos vão às urnas eleger o presidente do país

O empresário Daniel Noboa e a candidata Luisa González, apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa, disputam o segundo turno

Os candidatos Luisa González e Daniel Noboa disputam o segundo turno das eleições presidenciais no Equador, neste domingo (15), em um contexto de violência ligada ao tráfico de drogas. No último dia de campanha, na quinta-feira (12), os dois candidatos lideraram caravanas e comícios em diversas cidades cercados por um robusto sistema de segurança e vestiam coletes à prova de balas sobre camisetas amarelas, cor da camisa da seleção equatoriana de futebol.

Embora as pesquisas de opinião estejam proibidas no momento, várias empresas preveem um empate entre Noboa e González, com grande crescimento do milionário após o primeiro turno, em 20 de agosto, quando obteve 23% dos votos diante dos 34% de González. Daniel Noboa, de 35 anos, é um empresário ligado ao setor bananeiro, que poderá se tornar o presidente mais jovem da história do Equador.

Luisa González, de 45 anos, é a candidata apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa (2007-2017). A correísta pode ser a primeira presidente do país eleita nas urnas. A crise institucional que resultou na dissolução do Congresso e na saída antecipada do conservador Guillermo Lasso da Presidência, se somou a uma violência implacável que atinge o país e matou a tiros o centrista Fernando Villavicencio, poucos dias antes do primeiro turno, em 20 de agosto.

O novo presidente assumirá o cargo em dezembro, para completar o mandato inacabado de Lasso, e governará até maio de 2025. A lei permite que ele se candidate nas próximas eleições (2025-2029) e também se candidate à reeleição (2029-2033).

O Equador enfrenta uma guerra pelo poder entre organizações de narcotraficantes, com uma taxa de homicídios que quadruplicou entre 2018 e 2022, para um recorde de 26 para cada 100 mil habitantes. Para este ano, os especialistas estimam que essa taxa será de 40. A violência também se expressa nas prisões, onde presos de organizações rivais se confrontam em diferentes locais, especialmente em Guayaquil. Desde 2021, os confrontos deixaram cerca de 460 mortos em massacres.