Os dois teriam protagonizado uma discussão que acabou com a morte de Nascimento
William Ferreira Nascimento, sargento da Polícia Militar, foi morto com pelo menos seis tiros pelo colega de Corporação, o sargento Gabriel Castella. Os dois teriam protagonizado uma discussão que acabou com a morte de Nascimento dentro do próprio batalhão da PM, em São José do Rio Claro (295 km de Cuiabá), na noite de sábado (21).
Segundo informações, Castella estava na 18º Companhia Independente da Polícia Militar, aguardando a chegada de Nascimento para a troca de turno. Porém, o colega chegou com uma hora de atraso e supostamente bastante alterado.
William teria partido para cima de Gabriel, que efetuou disparos contra o companheiro de farda. Não há informações sobre o que motivou o desentendimento.
A vítima chegou a ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado ao Pronto-Atendimento de São José do Rio Claro, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu na unidade hospitalar. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Diamantino, onde passará por exame de necropsia.
Após o crime, o autor dos disparos se entregou na própria Companhia da PM. O caso será investigado pela Corregedoria da Polícia Militar através de um inquérito.
Em nota, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Mendes, lamentou o ocorrido e afirmou que o caso está sendo acompanhado. Ele citou que os dois já teriam “rusgas antigas” e haviam acusações, inclusive de assédio. O militar garantiu que as denúncias serão apuradas pelo inquérito.
“Desde as primeiras informações que davam conta de um desentendimento entre dois sargentos, que culminara em disparos de um contra outro, no interior da Unidade Policial, passando posteriormente a relatos de animosidade prévia entre os dois, inclusive rusgas antigas de conhecimento comum, citações apócrifas inclusive de assédio. Tudo isso, agora povoa as redes sociais bem como foi informado pela imprensa local durante a cobertura e, certamente, será apurado pelo inquérito policial militar”, diz trecho da nota.
Veja a nota na íntegra:
É com atenção que acompanhamos desde ontem o triste episódio envolvendo dois irmãos de farda. Não apenas a PMMT está consternada, mas, principalmente, São José do Rio Claro, onde esses profissionais dedicaram suas vidas e hoje amanheceu de luto; pasma.
Desde as primeiras informações que davam conta de um desentendimento entre dois sargentos, que culminara em disparos de um contra outro, no interior da Unidade Policial, passando posteriormente a relatos de animosidade prévia entre os dois, inclusive rusgas antigas de conhecimento comum, citações apócrifas inclusive de assédio. Tudo isso, agora povoa as redes sociais bem como foi informado pela imprensa local durante a cobertura e, certamente, será apurado pelo inquérito policial militar. Nada do que circula nas últimas horas deve ser estranho ao trabalho rigoroso da investigação.
Para além da tragédia em que nos cabe imediatamente apoiar familiares, tropa e a cidade de São José do Rio Claro, resta ainda o alerta que episódios como esse sinalizam a nós, que é o devido cuidado com o ambiente de trabalho e nossa saúde mental, a nos demandar elevado autocontrole. Pois, considerando a carga emocional que suportamos bem como os níveis de estresse próprios a quem está no front da segurança pública, é necessário que todos estejamos atentos, cuidando de nossa mente e relacionamentos na caserna. Mas não só. Identificando quem está no limite e precisa de ajuda bem como aqueles que saturam negativamente os relacionamentos.
Encerro dizendo que episódios como ocorrido expressam realidades que muitas vezes só são observadas pela própria consciência e sentimentos de quem vive, e por isso, é tão difícil sua previsão. Cuidemos agora, e curemos, a tropa e a sociedade local que perdeu, cada um à sua maneira, duas referências no combate ao crime.
*Fonte: Power Mix