Ministro de Lula compara Hamas a Mandela

Paulo Pimenta sugere grupo terrorista poderia participar de um governo democrático da Palestina

O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), sugeriu que o grupo terrorista Hamas poderá integrar um futuro e eventual governo democrático na Palestina e citou o líder sul-africano Nelson Mandela para falar dos terroristas que atacaram Israel.

As declarações foram feitas durante o programa Roda Vida, da TV Cultura, na segunda-feira 23, quando foi questionado sobre o prefácio de um livro publicado no Brasil em março, escrito por Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Amorim disse que o Hamas poderia desempenhar um “papel central” na “restauração dos direitos palestinos”.

Afirmando desconhecer o contexto em que o prefácio foi escrito, Pimenta disse que o futuro do Hamas deve ser decidido pelos palestinos.

Ao mesmo tempo em que afirmou que o “Hamas deve ser responsabilizado pelo que ele fez” disse que “vivemos situações no mundo em que o IRA era considerado terrorista e hoje faz parte do governo do Reino Unido. Já vivemos situações em que o Nelson Mandela ficou 27 anos na cadeia acusado de terrorismo e se tornou uma das maiores lideranças, um dos maiores estadistas do século 20”. A declaração está a partir de 1h48.

Esquerda defende ‘causa palestina’ e ataca Israel

Desde o ataque terrorista contra Israel, em 7 de outubro, o governo Lula tem evitado se referir ao Hamas como terrorista, sob a justificativa de que a Organização das Nações Unidas (ONU) não classificou o ajuntamento como terrorista. Entretanto, o governo é soberano e não precisa do aval de qualquer organismo internacional para considerar como terrorista um grupo que comete atrocidades.

Nessas duas semanas, dezenas de manifestações em favor da Palestina e com críticas a Israel foram realizadas por partidos e entidades de esquerda no Brasil. As críticas a Israel, que respondeu ao ataque-surpresa que deixou cerca de 1,4 mil civis mortos, também se tornaram comuns nas redes sociais.

A conselheira da Itaipu Binacional, Gleide Andrade, disse que “Israel nem merece ser Estado” e o jornalista Hélio Doyle foi demitido da presidência da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) depois de compartilhar uma postagem ofensiva a Israel. 

*Fonte: Revista Oeste