ONG investigada por CPI vence seleção e entra para grupo do ministério de Marina Silva

Organização supostamente explora indígenas na Amazônia

Investigada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), a ONG Instituto Socioambiental (ISA) venceu um processo seletivo e vai fazer parte de um grupo coordenado pelo ministério de Marina Silva. Servidores da pasta definiram o vencedor (no passado, um deles trabalhou para uma ONG).

Na sexta-feira 20, o ISA foi nomeado membro titular da Comissão Nacional para Recuperação da Vegetação Nativa (Conaveg). Por ora, não se sabe se o trabalho será voluntário ou remunerado.

O relator da CPI das ONGs, Marcio Bittar (esq), e o presidente da comissão, Plínio Valério (dir), durante sessão do colegiado – 3/10/2023 | Foto: Wallace Martins/Estadão Conteúdo

A Conaveg é responsável por delinear estratégias de enfrentamento do desmatamento e para recuperar a mata nativa de biomas, como Amazônia e Cerrado.

De acordo com o governo, trata-se de uma “instância de decisão interministerial”, que tem a missão de propor planos e diretrizes, “coordenar e articular iniciativas setoriais estratégicas para todos os biomas brasileiros”, incorporando as ações dos Planos de Ação anteriores, voltados à Amazônia Legal.

ONG que entrou para grupo do ministério de Marina Silva é investigada por CPI

Denunciada por indígenas em depoimentos na CPI, por suposta exploração, a ONG ISA atua na Amazônia há mais de 20 anos.

Conforme a CPI, constatou-se arrecadação de mais de R$ 60 milhões do Fundo Amazônia (o valor pode ser maior). Esse “caixa” é abastecido com recursos da Noruega e da Alemanha, com pequena contribuição do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Rafael Castro, de 66 anos, com uma de suas netas, em Pari-Cachoeira (AM) – 31/8/2023 | Foto: Cristyan Costa/Revista Oeste

O ISA, de apenas uma fonte de arrecadação, obteve R$ 12 milhões para realizar um projeto de mapeamento da Amazônia, entre 2016 e 2022.

Indígenas que deveriam ser beneficiados com esses valores, contudo, afirmam ter sido abandonados. É o caso da etnia dos tucanos, em Pari-Cachoeira (AM). Indígenas disseram que o ISA prometeu obras de infraestrutura no local, como um açude e saneamento básico, mas não cumpriu o acordo.

*Fonte: Revista Oeste