Atual pesquisadora do Imazon, Brenda Brito atuou como diretora-executiva da organização do terceiro setor entre 2008 e 2012
Mais de R$ 225 mil. Este é o valor em contratos, fechado pela pesquisadora Brenda Brito, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), com o próprio Imazon, em 2013, no ano seguinte à sua saída da ONG, onde ocupava o cargo de diretora-executiva.
Conforme arquivos que estão na sede da organização não governamental, no Pará, Brenda recebeu o montante de R$ 160 mil. O repasse aconteceu em 2013 e foi o pagamento pela produção de relatórios de regularização fundiária de interesse da ONG. Brenda também embolsou mais R$ 60 mil, entre abril e julho de 2014. Também, resultado de um pagamento por relatórios produzidos.
Brenda se recusou a falar sobre o assunto.
Abin monitorou ONG da Amazônia
Em agosto deste ano, relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) citaram o Imazon como “a serviço dos Estados Unidos”, em virtude dos monitoramentos da Amazônia, feitos via satélite pela ONG.
“A ONG utiliza técnicas desenvolvidas para detectar, quantificar e monitorar, por meio de imagens de satélites, estradas, comunidades tradicionais e tipologias florestais, entre outros aspectos”, diz a Abin. “Com financiamento estadunidense, o Imazon vem monitorando o espaço geográfico brasileiro. O sensoriamento remoto é feito por meio de satélites do projeto Landsat, pertencentes aos EUA.”
Relação promíscua
Ex-ministro do Meio Ambiente, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) denunciou um esquema que envolve ONGs, funcionários públicos e acadêmicos.
Conforme Salles, servidores simpáticos a ONGs trabalham em diferentes governos. Depois de um tempo, passam a atuar nas universidades para produzir trabalhos a favor do terceiro setor, e aqueles que estavam nas faculdades vão para o governo. Há, ainda, aqueles que saem da ONG e fecham contratos com ela a preços altíssimos.
“É uma ciranda”, constatou Salles, durante depoimento à CPI das ONGs, em agosto. “Uma ciranda na qual um assina cheque para o outro e legitima o discurso do colega (…) Ora atuam nos governos, ora nas universidades. Um dá dinheiro ao outro e cava oportunidade para o outro.
De acordo com Salles, quem está no governo se dedica a mandar dinheiro para a pesquisa do colega que está na academia. “O colega que está na academia produz estudos para sustentar a visão política dos que estão no governo e interesses econômicos daqueles que se dizem defensores de ‘causas relevantes’.”
*Fonte: Revista Oeste