De acordo com colunista de O Globo, crise na segurança pública do RJ enfraquece o nome do ministro da Justiça para ocupar cadeira na Corte
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, corre o risco de não ser a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF). O nome dele teria perdido força no decorrer das últimas semanas.
De acordo com o jornal O Globo, a ida de Dino para a Corte pode não ocorrer devido à situação da segurança pública do Rio de Janeiro. Na semana passada, Lula e o ministro anunciaram a implementação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos dos Estados fluminense e paulista.
Segundo a colunista Malu Gaspar, de O Globo, aliados e interlocutores disseram que o ânimo de Lula em indicar Dino para o STF “diminuiu bastante” nos últimos dias. O jornal afirma que o presidente não queria decretar a GLO. O anúncio foi feito, aliás, cinco dias depois de o petista negar tal possibilidade.
Nesse sentido, Malu afirma, em texto publicado nesta quarta-feira, 8, que Lula estaria “decepcionado” com a atuação de Dino em relação à parte voltada à segurança pública. O nome do interlocutor que teria usado tal termo não foi revelado pela colunista do jornal carioca.
Lula, Dino e a cadeira vaga no Supremo
A vaga de ministro do Supremo está aberta desde a aposentadoria de Rosa Weber, no fim de setembro. A indicação para o posto cabe ao presidente da República, com o nome tendo de ser validado pelo plenário do Senado.
O nome de Dino para o STF tem sido ventilado por parte da imprensa. Em entrevista à GloboNews antes mesmo da aposentadoria de Rosa Weber, um comentarista da emissora afirmou que o aliado de Lula tinha “cara de ministro” da Corte.
De acordo com as informações dos bastidores do poder, Dino não será indicado no que depender de lideranças do PT, partido de Lula. Membros da legenda preferem que o presidente indique para o STF o atual advogado-geral da União, Jorge Messias.
Essa será a segunda indicação de Lula para o STF em seu atual mandato à frente do Palácio do Planalto. No início de junho, ele indicou Cristiano Zanin para a vaga de Ricardo Lewandowski. Zanin foi advogado pessoal do petista, inclusive em processos relacionados à Operação Lava Jato.