Na última sessão da Câmara de Vereadores, o Projeto de Lei nº 504 do Poder Executivo, que solicitava autorização para investir cerca de R$ 12 milhões na Autarquia Municipal de Transporte Coletivo de Rondonópolis (A.M.T.C), foi aprovado com 14 votos favoráveis e 4 contrários, sendo os vereadores Paulo Schuh, Adilson do Naboreiro, Dr. José Felipe e Subtenente Guinâncio.
Conforme já noticiado pelo site ETHOS, em menos de 1 ano os pedidos para a AMTC já somam mais de R$ 22 milhões. A fim de fazer um comparativo, a nossa equipe foi atrás dos valores gastos com a empresa terceirizada, que prestava o serviço antes da autarquia. De acordo com publicação no Diário Oficial, a Cidade de Pedra recebeu pouco mais que R$ 8 milhões, fracionados em dois contratos, um em junho de 2021 e, o segundo, em janeiro de 2022, ambos com vigência de 6 meses. A empresa rodava com 55 carros e percorria 31 linhas. Hoje, a autarquia possui 50 carros. Destes, apenas 31 estão rodando e 26 linhas são atendidas. Dentre as que foram desativadas estão: Jardim das Flores, Buriti e Globo Recreio.
Em entrevistas concedidas na época, a empresa Cidade de Pedra apontou o combustível e a folha de pagamento como as principais despesas da empresa. Mesmo com a inflação, a redução no número de carros e na quantidade de linhas deveriam ser sinais de uma queda ou equalização dos valores dos contratos. Mas, conforme os números, não foi o que aconteceu.
A falta de mais carros rodando, principalmente nos bairros, tem sido motivo de reclamação por parte da população. Isso porque, com o baixo número de carros, os usuários passam mais tempo nos pontos de ônibus aguardando o transporte coletivo chegar. E, com o calor dos últimos dias, a espera está ainda mais sofrida.
Por falar em altas temperaturas, dentro dos coletivos também está insuportável. A promessa de carros com maior tecnologia e benefícios não saiu do papel. Ou melhor, até saiu, mas não trouxe alívio para os que utilizam do serviço. Os carros continuam quentes e a população sofrendo com o calor. Bem diferente de um dos argumentos usados pela administração para criar a autarquia.
A Autarquia Municipal de Transporte segue com dificuldades para decolar e, mesmo meses depois do início das suas atividades, continua dependente da Cidade de Pedra. O primeiro contrato com a empresa foi assinado em julho de 2022, quando a autarquia começou a operar. O acordo, firmado pelo período de seis meses, previa o fornecimento de profissionais como motoristas de ônibus, mecânicos, funileiros e outros, além do serviço de bilhetagem do sistema de transporte coletivo para a operacionalização dos ônibus da AMTC.
Até que uma licitação para contratação de empresa que forneça a mão de obra e também o software para o sistema de bilhetagem seja concluída, a administração decidiu por prorrogar o contrato com a Cidade de Pedra, para que não ocorra o comprometimento e a interrupção do serviço para os usuários.