‘O uso de métodos de intimidação contra veículos de jornalistas não se coaduna com valores democráticos’, afirma a ANJ
A Associação Nacional dos Jornais (ANJ) divulgou, nesta segunda-feira, 20, uma nota de repúdio “às tentativas de intimidação contra O Estado de S. Paulo e sua editora de Política, Andreza Matais”.
A empresa de comunicação e a jornalista foram alvos de ataques por parte da presidente nacional do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann (PR), do Ministro da Justiça e Defesa, Flávio Dino, e do influenciador digital Felipe Neto.
O motivo do incômodo dos políticos da esquerda e de aliados foi com relação à recente reportagem do jornal, que revelou as reuniões da “Dama do Tráfico” com secretários do Ministério da Justiça.
“O uso de métodos de intimidação contra veículos de jornalistas não se coaduna com valores democráticos”, afirma a ANJ.
Para a entidade, que representa o interesse dos jornais do Brasil, os ataques demonstram “um flagrante desrespeito à liberdade de imprensa”.
A nota da ANJ também faz um alerta: “Evidencia (a série de ataques) uma prática característica de regimes autocráticos de, com o apoio de dirigentes políticos, sites e influenciadores governistas, tentar desviar o foco de reportagens incômodas por meio de ataques contra quem as apura e investiga”.
Indícios de misoginia nos ataques contra a liberdade dos veículos de comunicação
Em seu repúdio, a entidade encerra a nota ressaltando para possíveis traços de misoginia nos ataques à jornalista do Estadão e a outras profissionais de comunicação, em episódios anteriores.
“A ANJ espera que tais métodos de intimidação, sobretudo contra jornalistas mulheres já empregados no passado recente”, afirma a entidade. “Cessem imediatamente, em nome do respeito à liberdade de imprensa e à livre atuação do jornalismo e dos veículos de comunicação.”
*Fonte: Revista Oeste