O povo volta às ruas

Morte de Cleriston da Cunha dá o tom para manifestação na Paulista

Milhares de pessoas estão reunidas neste domingo, 26, na Avenida Paulista, região central de São Paulo. Os manifestantes protestam contra os abusos do Supremo Tribunal Federal (STF) e pela defesa do Estado Democrático de Direito.

A multidão se concentra em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Os manifestantes ocupam todas as faixas nos dois sentidos da Avenida Paulista, entre as ruas Itapeva e Peixoto Gomide.

Os organizadores colocaram um trio elétrico no local no qual discursaram parlamentares e representantes da sociedade civil. A manifestação propriamente dita começou por volta das 14 horas. Antes da execução do hino nacional, realizou-se um minuto de silêncio em memória de Cleriston da Cunha, conhecido como Clezão do Ramalho.

Morte de Cleriston da Cunha foi recordada a todo momento, tanto nos discursos quanto por faixas, cartazes e placas de manifestantes | Foto: Bruno Lemes/Revista Oeste

Preso desde janeiro sob a acusação de ter participado dos atos de vandalismo de 8 de Janeiro, Clezão morreu na última segunda-feira, 20, depois de mal súbiuto durante banho de sol no pátio do Complexo da Papuda.

A reportagem de Oeste está cobrindo também a manifestação deste domingo, que já conta com dezenas de milhares de manifestantes. Bandeiras do Brasil e algumas de Israel se destacam, além das cores verde e amarela, que têm sido a escolha das multidões desde 2014.

À época, iniciavam-se os protestos pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Hoje, o pedido de impeachment se dirige a magistrados do STF, em especial o ministro Alexandre de Moraes. Gritos de “Fora, Xandão!” são frequentemente entoados pelos manifestantes.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que apoiou, em vídeo, a manifestação de hoje, também foi lembrado. Seu rosto figurava em bandeiras e camisetas.

A estampa “Meu partido é o Brasil”, similar à que ele usava quando sofreu a tentativa de homício em 6 de setembro de 2018, também era usada por alguns manifestantes. Gritos de “Volta, Bolsonaro!” também são puxados pela multidão em diferentes momentos.

*Fonte: Revista Oeste