Deputado quer impedir militares da Venezuela de entrar no Brasil

Com a ameaça de invasão da Guiana pela ditadura de Maduro, parlamentar brasileiro protocolou projeto na Câmara Federal

O deputado federal Nicoletti (Republicanos-RR) protocolou na Câmara dos Deputados projeto de lei complementar para impedir militares da Venezuela de ingressar no Brasil.

A intenção é deixar claro o impedimento agora que o país comandado pelo ditador Nicolás Maduro aprovou um referendo para anexar a região de Essequibo, que pertence à Guiana e corresponde a mais de 70% do território guianês. Maduro até mesmo já desenhou um novo mapa da Venezuela, no qual inclui a região da Guiana.

Ditador da Venezuela quer anexar área em laranja, que corresponde a mais de 70% do território da Guiana | Foto: Reprodução/YouTube/Hoje no Mundo Militar

“Vale destacar que, nesse momento, paira sobre a América do Sul uma ameaça de guerra entre países que fazem fronteira com o Brasil, por meio de falas públicas do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que governa com mão de ferro o país desde 2012 e, agora, deseja invadir o país pacífico da Guiana, utilizando-se de reivindicações ilegítimas e sem respeitar as manifestações dos tribunais internacionais”, justificou Nicoletti, no projeto.

O projeto do deputado altera a Lei Complementar 90/1997, que estabelece “os casos em que forças estrangeiras possam transitar pelo território nacional ou nele permanecer temporariamente”.

Deputado quer impedir uma ‘atuação ideológica’ do governo brasileiro

Nicoletti Venezuela
Deputado Nicoletti: ‘muitas ações atuais do governo federal têm sido pautadas, infelizmente, por questões ideológicas, trazendo prejuízo à imagem internacional do Brasil’ | Foto: Divulgação

Segundo o parlamentar, dar uma nova redação ao texto é necessário porque atualmente a lei “traz apenas de forma genérica a restrição nos casos de forças estrangeiras oriundas de ‘países beligerantes’, e mesmo assim condicionando a uma ‘lei especial’” e isso poderia favorecer uma atuação “ideológica” do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, um aliado de Maduro, recebido no Brasil em maio com honras de chefe de Estado.

No governo Bolsonaro, as relações com o regime de Nicolás Maduro tinham sido rompidas em razão das denúncias de fraude nas eleições de 2018. O governo do ditador venezuelano também é acusado de perseguir a oposição, prender ou cassar direitos políticos de adversários e atentar contra os direitos humanos.

“Essa lacuna representa uma carta em branco para que o presidente da República autorize forças estrangeiras a ingressar no Brasil sem autorização do Congresso Nacional, podendo adotar posturas contra o interesse nacional e baseadas em questões meramente ideológicas”, afirmou o parlamentar.

Segundo ele, “muitas ações atuais do governo federal têm sido pautadas, infelizmente, por questões ideológicas, trazendo prejuízo à imagem internacional do Brasil”. “Assim, esse projeto é fundamental para impedir a utilização do território nacional em ações que promovam a guerra e invasões contra países pacíficos”, justificou Nicoletti.

*Fonte: Revista Oeste