Convite para a ‘velha política’, diz Deltan, sobre discurso de Lula na posse de Gonet

Ex-parlamentar disse que o presidente está defendendo o ‘jogo de troca de favores’

O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) criticou, na segunda-feira 18, o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a posse do procurador-geral da República, Paulo Gonet. 

Por meio das redes sociais, Dallagnol considerou que o presidente “convida” o Ministério Público a jogar “o jogo da velha política” ao pedir para o órgão “jogar o jogo da verdade”. Para o ex-parlamentar, Lula estaria defendendo o “jogo de troca de favores”.

“Vocês entenderam o que Lula está dizendo?”, interpelou Dallagnol. “O começo parece óbvio: não existe a possibilidade de o Ministério Público achar que todo político é corrupto. Ora, todo mundo concorda com isso. Só são corruptos aqueles que comprovadamente roubaram o país”. Para bom entendedor, meia palavra basta. Ele realmente quer dizer: joguem o jogo da velha política brasileira. É o jogo da troca de favores e da impunidade.”

Discurso de Lula na posse de Gonet

Paulo Gonet
O procurador-geral Paulo Gonet cumprimentando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva depois da posse como novo PGR – 18/12/2023 | Foto: Rute Moraes/Revista Oeste

Na manhã da segunda-feira, o petista defendeu os políticos e destacou que o Ministério Público Federal (MPF) deve “garantir a verdade”.

De acordo com o petista, a ideia de que todo político seria corrupto foi criada na sociedade brasileira de tal modo que, quando há uma denúncia contra algum político, se “parte do pressuposto de que é verdadeira”, mas “nem sempre é”.

“Peço que você só tenha uma preocupação, fazer com que a verdade e somente a verdade prevaleça acima de qualquer interesse”, disse Lula a Paulo Gonet. “As acusações levianas não fortalecem a democracia e nem as instituições.”

Segundo o presidente, o MP deve “garantir a verdade”, e não permitir que nenhuma denúncia seja publicizada antes de saber se procede. “Se não, as pessoas são condenadas previamente e muita gente não tem condições de ser absolvida”, disse o petista, que também destacou que nenhum procurador pode “brincar” com a PGR.

*Fonte: Revista Oeste