Caso Choquei: Gustavo Gayer pede investigação contra Mynd8 junto ao MPF

Para o deputado, a agência tem o intuito de ‘destruir reputações’

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) entrou com uma representação junto ao Ministério Público Federal (MPF) contra a Mynd8, agência de entretenimento que coordena o Choquei. O perfil de fofoca é um dos assuntos mais comentados na internet, desde a última sexta-feira, 22, por ter difamado Jéssica Canedo, de 22 anos. A jovem cometeu suicídio.

Na denúncia, o parlamentar diz que a empresa Mynd8 gerencia dezenas de perfis na internet, formando uma “Banca Digital” com o intuito de “destruir reputações”. 

Gayer relata ao MPF que essas páginas totalizam milhões de seguidores e fazem, com recorrência, centenas de postagens iguais. 

“Fica muito difícil dizer que não há uma coordenação bem poderosa entre essas páginas, usada para ajudar ou prejudicar pessoas”, disse em documento. 

Caso de racismo

O parlamentar exemplifica o “poder midiático e político” dessa empresa em três momentos. 

O primeiro deles diz respeito à cantora Luísa Sonza, agenciada pela Mynd8, que, segundo Gayer, teria cometido um ato de racismo sem que nenhum dos perfis de fofoca da rede mencionasse o ato em suas publicações. 

 “Muitos acreditam que a banca digital teria sido acionada pela agência para encobrir o caso de racismo e, portanto, nenhuma página grande de fofoca noticiou com altivez esse caso”, sinalizou.

Interferência nas eleições

A manifestação cita ainda que “é de conhecimento público a relação que certas páginas de fofoca agenciadas pela Mynd8 têm com o governo Lula”. 

“Foi notória a mobilização das grandes páginas em favor de um único candidato”, mencionou o parlamentar, referindo-se ao período da última campanha presidencial, em 2022. 

Ele lembrou que, à época das eleições, as páginas da bancada digital “enalteceram o atual presidente Lula (PT)” e fizeram “postagens negativas” sobre o ex-presidente Bolsonaro e o então candidato à presidência Ciro Gomes. 

Gustavo Gayer diz que o atual governo “se beneficiou diretamente da banca digital”, tendo em vista que “todos os seus adversários na corrida presidencial, sem exceção, foram atacados”.

Difamação e suicídio

Jéssica Canedo
Jéssica Canedo sofria de depressão e não resistiu à difamação | Foto: Reprodução/Instagram

O terceiro caso denunciado pelo deputado federal foi a tragédia envolvendo Jéssica Canedo. As páginas do grupo, com mais de 30 milhões de seguidores nas redes sociais, disseminaram imagens falsas de uma suposta troca de mensagens amorosas entre Vitória Canedo e o humorista Whindersson Nunes. Ambos negaram a relação.

“Coincidentemente, todas as grandes páginas do Instagram postaram a mesma notícia falsa, no mesmo dia, com as mesmas conversas”, frisou o deputado.

A jovem, que morava no interior de Minas Gerais, tinha depressão e sucumbiu à difamação, cometendo suicídio.

“Esse caso não necessariamente tem envolvimento direto da Mynd8, mas evidencia um grande problema: como a coordenação de grandes páginas podem destruir a vida de uma pessoa”, argumentou Gustavo Gayer, que pediu ao MPF a abertura de investigação da empresa para identificar possíveis crimes.

*Fonte: Revista Oeste