O documento foi entregue ao governo brasileiro pela Embaixada do Brasil em Buenos Aires
O presidente da Argentina, Javier Milei, enviou nesta semana uma carta aos cinco chefes de Estado dos países do Brics, informando que a Argentina não ingressará mais no bloco. O grupo, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, conta com uma lista de países que ingressarão no bloco em janeiro de 2024.
O documento foi entregue ao governo brasileiro pela Embaixada do Brasil em Buenos Aires. O procedimento foi o mesmo para comunicar aos demais países integrantes do grupo a decisão do novo presidente argentino, que tomou posse em 10 de dezembro.
Confira na íntegra o texto do governo argentino:
“Como sabem, a marca da política externa do governo que presido há alguns dias difere em muitos aspectos da do governo anterior. Nesse sentido, algumas decisões tomadas pela gestão anterior serão revistas. Entre elas está a criação de uma unidade especializada para a participação ativa do país no Brics, conforme indicou o ex-presidente Alberto Fernández em carta datada de 4 de setembro. A este respeito, gostaria de informar que nesta fase a incorporação da República Argentina ao Brics como membro pleno a partir de 1º de janeiro de 2024 não é considerada oportuna.”
A Argentina estava em uma lista de países que ingressaria no bloco a partir do primeiro dia de 2024. Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia e Irã são as nações que irão se juntar ao grupo econômico.
Desde a eleição de Milei, a retirada da Argentina era questão de tempo
Desde a eleição de Milei, em 19 de novembro, já era cogitada a desistência da Argentina em relação ao Brics. Milei considera alinhamentos estratégicos do país com outras nações. Porém, há incompatibilidade do governo do libertário com um grupo de nações como China, Rússia e Irã.
O argentino apoia Israel e classifica o Hamas como grupo terrorista — algo diferente dos demais integrantes e futuros membros do Brics. Além disso, Milei recebeu o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como convidado de honra para sua posse. A medida visava impulsionar uma aproximação da Ucrânia com países da América Latina.
A pedido de Milei, a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, redigiu uma carta moderada para os cinco governos, a fim de não causar danos às relações bilaterais com os membros do Brics.
*Fonte: Revista Oeste