Moraes se coloca como ‘vítima’ do 8 de janeiro, afirma Valdemar Costa Neto

Presidente do PL disse que o ministro perdeu a capacidade de julgar os atos depois de declarar que havia um plano para matá-lo

O presidente nacional do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, declarou nesta segunda-feira, 8, que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes se coloca como “vítima” dos atos do 8 de Janeiro e não deveria julgar ações ligadas ao caso.

Em publicação divulgada na rede social X (antigo Twitter), Costa Neto escreveu que, ao “revelar” que havia uma “conspiração” contra ele, Moraes “deixou de ser juiz” e se tornou parte envolvida no processo e, segundo a Constituição Federal, não poderia ser responsável pelo julgamento.

Valdemar Costa Neto defende afastamento de Moraes do caso

O presidente do PL, mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, também defendeu o afastamento de Moraes depois de o ministro do STF afirmar que havia planos de executá-lo no dia das manifestações.

Em entrevista ao jornal O Globo publicada em 4 de janeiro, Moraes afirmou que um dos planos dos envolvidos no 8 de Janeiro era prendê-lo e enforcá-lo na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Na mesma publicação, Costa Neto ressaltou ser contra a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, mas sempre se questionou sobre quais foram os critérios constitucionais usados para julgar as pessoas envolvidas naquela manifestação.

“Que golpe? Quantos tanques de guerra tinham lá? Quantos morreram? Quem agrediu quem?”, questionou. “Dar uma pena de 17 anos para um manifestante é Justiça ou vingança.”

Valdemar Costa Neto
Em publicação no X (antigo Twitter), Valdemar Costa Neto escreveu que, ao “revelar” que havia uma “conspiração” contra ele, Alexandre de Moraes “deixou de ser juiz” e se tornou parte envolvida no processo e, segundo a Constituição Federal, não poderia ser responsável pelo julgamento | Foto: Marcello Casal Jr./Agência Estado

Além do presidente do PL, o ex-ministro Aldo Rebelo, que fez parte dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff (PT) também questionou as alegações de que se tentou dar um golpe de Estado em 8 de janeiro.

Essa foi a mesma postura do jurista Ives Gandra Martins, de que não havia condições de manifestantes promoverem uma ruptura democrática.

*Fonte: Revista Oeste