Lula quer o STF ainda mais político

Petista disse que sempre ‘sonhou’ em ter um ministro com ‘cabeça política’ no Supremo

Durante o anúncio do nome de Ricardo Lewandowski como futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que sempre “sonhou” em ter um ministro com a “cabeça política” no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Sempre sonhei que tivéssemos na Suprema Corte um ministro com a cabeça política, que tenha vivenciado a política”, disse Lula a jornalistas, nesta quinta-feira, 11. “Não que os que estão lá [no STF] não tenham, mas nenhum tem a experiência política que tem Flávio Dino. A experiência de deputado, a experiência de perder eleição, de ganhar eleição, de depois ser eleito governador por duas vezes e senador.”

A declaração foi em referência a indicação que Lula fez à Suprema Corte, o atual ministro da Justiça, Flávio Dino. Em 13 de dezembro, o Senado chancelou o nome de Dino ao posto. A posse do futuro ministro do STF está marcada para acontecer em 22 de fevereiro.

A ida de Flávio Dino ao STF marcará, na verdade, um retorno ao Poder Judiciário. Antes de entrar para a política partidária, ele atuou como juiz do Tribunal Regional Federal da 1ª Região de 1994 a 2006.

Depois de deixar a magistratura, ele foi eleito deputado federal pelo PCdoB do Maranhão. Com o fim do mandato como parlamentar, que foi de 2007 a 2011, foi presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) de 2011 a 2014.

Flávio Dino deixou o comando da Embratur para se candidatar a governador do Maranhão. Venceu a disputa e foi reeleito em 2018. Ele deixou o governo com o Estado nordestino liderando os piores índices socioeconômicos do país.

Durante seu segundo mandato como governador do Maranhão, Flávio Dino deixou de ser comunista e passou a ser um socialista. Isso porque trocou o PCdoB pelo PSB. Pelo novo partido, foi eleito senador em 2022. Contudo, ao ser a escolha de Lula para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, nem chegou a atuar no Senado.

Ele voltará ao Legislativo apenas em 1° de fevereiro, onde deve permanecer até 21 de fevereiro, na véspera da sua posse na Suprema Corte. Natural de São Luís, Dino tem 55 anos. Dessa forma, ele poderá permanecer como ministro do STF por até duas décadas.

*Fonte: Revista Oeste