Dados foram divulgados pelo Instituto Millenium
Na última segunda-feira, 29, o Instituto Millenium divulgou que o Brasil ultrapassou a Argentina e se tornou o país mais endividado da América Latina.
“O país mais endividado da América Latina não é mais a Argentina”, disse o instituto. “Desde o final do ano passado, o Brasil assumiu a liderança neste triste indicador, quando atingiu a marca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) em dívida pública.”
O Instituto Millenium também destacou que “tanto o Brasil como a Argentina (líderes do ranking) estão entre os maiores cobradores de impostos da região”. “Enquanto outras grandes economias como o México, o Peru e o Chile arrecadam menos impostos e têm uma dívida menor”, explicou.
“Isso deixa uma pista do melhor caminho a ser seguido para resolver o desequilíbrio e chegar ao sonhado déficit zero”, disse o Millenium, que também disse que, “ao contrário do que o governo vem fazendo, esse caminho não passa por gerar mais DARFs para o contribuinte.” Os dados fazem parte de um levantamento do Institute of International Finance.
Governo fechou 2023 com déficit de R$ 230,5 bilhões
O governo federal registrou déficit primário de R$ 230,5 bilhões em 2023, primeiro ano do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O resultado é equivalente a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB).
O Tesouro Nacional divulgou a informação na última segunda-feira. O resultado compreende as contas do Tesouro, Banco Central e da Previdência Social.
O déficit (contas no vermelho) é registrado quando as despesas ficam acima das receitas com impostos, os juros da dívida pública. Quando as receitas superam as despesas, o governo atinge o superávit (contas no azul).
No ano passado, o Tesouro e o Banco Central tiveram superávit de R$ 75,7 bilhões. Mas a Previdência teve déficit de R$ 306,2 bilhões. O valor do déficit de 2023 está acima da projeção do orçamento do ano, que previa déficit de até R$ 228,1 bilhões. Também está acima da última projeção (realizada em novembro), que previa resultado negativo de R$ 177,4 bilhões.
Além disso, o resultado está acima da “meta informal” do governo. Em janeiro de 2023, o ministro da Fazenda Fernando Haddad estimou que o resultado negativo ficaria abaixo de R$ 100 bilhões, o equivalente a 1% do PIB.
*Fonte: Revista Oeste