Em entrevista exclusiva ao Oeste Sem Filtro, o ex-presidente falou sobre ‘Abin totalmente paralela’ em governos do PT e criticou o TSE
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) “querem a sua cabeça”. A fala foi feita durante entrevista exclusiva ao programa Oeste Sem Filtro, nesta quinta-feira, 1º. O político também falou sobre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) “paralela” e criticou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Bolsonaro deu a declaração sobre o STF em resposta a questionamento feito pela comentarista Ana Paula Henkel. A jornalista perguntou sobre a atuação do ministro Alexandre de Moraes, que estaria blindando a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência de receber informações sobre o 8 de janeiro.
“Essa história de ‘Abin paralela’ é para ofuscar o 8 de janeiro”, respondeu o ex-presidente. “Assim como a operação de busca e apreensão na segunda-feira foi para ofuscar a live de domingo. Sou a cereja do bolo, eles querem minha cabeça, vão ter? Só na base da arbitrariedade.”
A ‘Abin paralela’ e a operação na última segunda-feira, 29, se trata de uma investigação em que o vereador Carlos Bolsonaro é alvo. O filho do ex-presidente é investigado por ter supostamente usado a agência para monitorar adversários de Bolsonaro.
Bolsonaro critica imprensa
No último domingo, 28, Bolsonaro fez uma live que contou com mais de 500 mil aparelhos conectados simultaneamente. Ele acredita que a repercussão da transmissão possa ter influenciado na operação que aconteceu no dia seguinte. O político foi acusado de fugir da Polícia Federal (PF) por parte da imprensa, mas ele se defendeu sobre o tema.
“A imprensa diz que fugi”, afirmou. “Olha, a casa onde estou, se olhar no Google, você vai ver que não tem em nenhuma casa aqui na Vila Mambucaba a possibilidade de uma embarcação, de um jet ski, sair da garagem. Aqui não existe isso, desloco cerca de 400 metros para colocar no Rio Mambucaba e colocar no mar.”
Depois da operação, também foi divulgado, inicialmente, pela apresentadora Daniela Lima, do canal GloboNews, que um notebook da Abin foi encontrado na casa de Bolsonaro. A PF negou e informou que o equipamento apreendido estava na casa de um coronel. Um dia depois, a própria jornalista desmentiu a notícia falsa que havia propagado.
“O coronel é casado com uma funcionária da Abin”, explicou o ex-presidente ao programa Oeste Sem Filtro. “Então o computador estava com ela, e nada prova que isso faz parte da ‘Abin paralela’, então são notícias plantadas.”
‘Abin paralela’ do PT
O ex-presidente rebateu as acusações de que teria emparelhado o sistema e a agência de inteligência. Ele ainda acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de criar a “Abin totalmente paralela”.
“Não indiquei ninguém para compor as diretorias da Abin”, disse Bolsonaro. “Agora vemos na imprensa, Metrópoles, ‘Novo número dois da Abin doou para candidatos da esquerda PT e PCdoB’, ou seja, ele [Lula] está formando uma Abin totalmente paralela, onde seus amigos de confiança estão indo para lá.”
Bolsonaro também disse que a ex-presidente Dilma Rousseff colocou a agência para trabalhar em parceria com serviços similares de Cuba e Venezuela.
“A exemplo da Abin de 2012”, afirmou. “Quando afastou, com material capturado pelas inteligências cubana e venezuelana e a própria Abin, o Paraguai do Mercado Comum do Sul (Mercosul) para poder entrar no bloco o seu amigo Hugo Chávez, naquela época.”
Bolsonaro critica o TSE
Bolsonaro também criticou o TSE em sua atuação durante o período eleitoral em 2022. Para o ex-presidente, o tribunal atuou contra sua candidatura para favorecer Lula. Na época, a Corte proibiu Bolsonaro de veicular vídeos antigos de Lula.
“Não podia mostrar o Lula defendendo aborto, defendendo roubo de celular”, comentou o ex-presidente. “Não podia mostrar nada do Lula do passado. Agora, do outro lado, o governo fez uma campanha que eu era pedófilo, que iria acabar com os direitos trabalhistas. Então tivemos uma participação do TSE favorável a um lado.”
O ex-presidente também anunciou, com exclusividade, o Coronel Mello Araújo para ser candidato a vice-prefeito de Ricardo Nunes, na capital paulista.
*Fonte: Revista Oeste