Cerimônia de transmissão de cargo ocorreu no Palácio da Justiça
Flávio Dino passou, nesta quinta-feira, 1°, o cargo de ministro da Justiça ao ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski. O evento de transição ocorreu nesta tarde no Palácio da Justiça. Mais cedo, Lewandowski tomou posse do cargo em uma cerimônia no Palácio do Planalto.
“Estou recebendo o bastão de vossa excelência [Dino], estamos no mesmo time, participando do mesmo governo, como eu já reiterei várias vezes, eu continuarei as excelentes políticas iniciadas pelo senhor e por sua operosa equipe”, declarou o novo comandante da Justiça.
Lewandowski ressaltou que as semanas que antecederam sua posse no MJ não se trataram de uma “transição” de gestão, mas de “continuidade”. “Nossos objetivos, as nossas metas são exatamente coincidentes e a pior coisa que pode acontecer numa administração é que haja dissolução de continuidade nos projetos e programas”, continuou. “Isto, com toda certeza, não haverá.”
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Em seu discurso, Dino homenageou o novo ministro da Justiça, dizendo que o admira e que ele é um “grande magistrado” e que possuem “traços em comum”. “Entre os quais o patriotismo autêntico, que sempre é um patriotismo popular”, destacou. “O verdadeiro patriotismo é naqueles que entendem que, ao lado da soberania nacional, existe a soberania dos mais pobres”, declarou.
O futuro ministro do STF ainda defendeu o que chamou de “justiça social”. “Só há democracia quando há oportunidades para todos”, continuou.
Além disso, Dino citou a passagem bíblica em que Jesus Cristo multiplica cinco pães e dois peixes para dar a uma multidão de homens. Conforme Dino, o milagre não foi a multiplicação, mas a partilha dos alimentos.
“Se Jesus Cristo houvesse multiplicado pães e peixes e tivesse entregue a poucos, não haveria milagre, haveria injustiça”, destacou. “O milagre está na partilha, o milagre está no ato da justiça.”
Estiveram presentes no evento de transição de cargo o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL); governador do Tocantins, Wanderley Barbosa (Republicanos), a presidente do Tribunal Superior de Justiça, ministra Maria Thereza de Assis Moura; o presidente da Ordem Brasileira dos Advogados (OAB), Beto Simonet e o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Lelio Bentes Corrêa.
Nova conjuntura do Ministério da Justiça sob Lewandowski
- Secretário-executivo: Manoel Carlos;
- Secretário-executivo adjunto: Marivaldo Pereira;
- Secretário Nacional de Justiça: Jean Uema;
- Secretaria Nacional de Segurança Pública: Mario Sarrubbo;
- Secretário Nacional do Consumidor: Wadih Damous;
- Secretaria Nacional de Políticas Penais: André Garcia;
- Secretaria Nacional de Política de Drogas: Marta Rodrigues;
- Secretario Nacional de Assuntos Legislativos: Elias Vaz;
- Secretaria de Acesso à Justiça: Sheila Carvalho;
- Secretaria de Direitos Digitais: Estela Aranha;
- Diretor da Polícia Federal: Andrei Augusto Passos;
- Diretor da Polícia Rodoviária Federal: Antônio Fernandes;
- Chefe de gabinete: Ana Maria Alvarenga;
- Coordenação do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci): Tamires Sampaio;
- Assessor de Participação Social e Diversidade: Elizeu Soares Lopes;
- Assessores especiais: Lilian Manoela Monteiro Cintra de Melo e Marcelo Pimentel de Oliveira;
Lewandowski tomou posse como ministro nesta manhã
Pela manhã, Lewandowski foi empossado no cargo de ministro durante uma cerimônia no Palácio do Planalto. A cerimônia começou com a fala de Dino, que agradeceu ao presidente Lula e desejou boa sorte a Lewandowski.
Em seguida, o novo ministro da Justiça discursou sobre o combate ao crime organizado e destacou a importância do Ministério da Justiça. Em seu momento de fala, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou Dino e relembrou o convite que fez a Lewandowski para assumir a pasta.
“Eu resolvi dizer, Lewandowski vou precisar de você”, contou Lula. “Eu sei que é uma decisão difícil, não gostaria que você respondesse agora. Vai para a casa conversar com sua esposa e veja se ela concorda, porque não quero criar conflito na sua vida.”
“Fiquei feliz não por mim, fiquei feliz pelo Brasil. Não em qualquer momento histórico que uma nação pode entregar para ser ministro da Justiça um homem da qualidade de Lewandowski”, continuou Lula.
*Fonte: Revista Oeste