EXCLUSIVO: Bolsonaro confirma Mello Araújo como vice de Ricardo Nunes em São Paulo

Ex-presidente da República anunciou a indicação em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro

O coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo e ex-presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Mello Araújo, vai ser o candidato a vice-prefeito da capital paulista na chapa a ser encabeçada por Ricardo Nunes (MDB). A informação foi dada com exclusividade pelo ex-presidente da República e atual presidente de honra do Partido Liberal (PL), Jair Bolsonaro, durante entrevista exclusiva à edição desta quinta-feira, 1º, do programa Oeste Sem Filtro.

Durante a entrevista, Bolsonaro afirmou que o ex-deputado federal e presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, concedeu a ele a missão de escolher, pelo partido, o candidato a vice-prefeito em São Paulo. Ao anunciar o nome de Mello como futuro companheiro de chapa de Nunes, o ex-presidente da República ressaltou, entretanto, que a sua preferência pessoal para a eleição paulistana seria o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP). “Mas isso é página virada.”

“A minha preferência sempre foi Ricardo Salles. Não nego isso aí, gosto muito dele”, disse Bolsonaro, que adiantou que pesquisas realizadas por Valdemar indicaram, no entanto, o risco de o parlamentar acabar derrotado pelo também deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP). Dessa forma, o PL fechou questão para apoiar Nunes em sua tentativa de se reeleger para o Executivo paulistano. “Apresentei um nome [para vice de Nunes] e o Valdemar concordou.”

Na sequência, Bolsonaro revelou que o nome em questão é o coronel Mello Araújo. Nesse sentido, ele avisou que a indicação precisa do aval de Nunes. “Da minha parte está pacificado esse assunto”, disse. Ele ainda falou que Salles deverá, num futuro, ter a oportunidade de disputar a prefeitura de São Paulo.

Bolsonaro no Oeste Sem Filtro

Convidado da edição desta quinta-feira do Oeste Sem Filtro, Bolsonaro respondeu às perguntas feitas pela apresentadora Paula Leal e pelo time de cinco comentaristas do programa: Augusto Nunes, Ana Paula Henkel, Adalberto Piotto, Silvio Navarro e Rodrigo Constantino.

Quem é Mello Araújo?

Ricardo Nascimento de Mello Araújo fez carreira na PM paulista, onde chegou à patente de coronel. Na corporação, foi comandante da tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, as Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). Ele ficou no comando da Rota de maio de 2017 a fevereiro de 2019, quando foi para a reserva.

Hoje filiado ao PL, Mello Araújo foi indicado para presidir o Ceagesp, maior entreposto de alimentos da América Latina, em outubro de 2020. O responsável pela nomeação foi o então chefe do Executivo federal: Jair Bolsonaro. Sob a gestão de Mello Araújo, o Ceagesp registrou lucro de R$ 28 milhões em 2021 — fechando, assim, no verde pela primeira vez em cinco anos.

Durante a administração do coronel da PM, o Ceagesp ainda conseguiu impedir o fim da “taxa” que havia no local, com os chamados “flanelinhas” cobrando para trabalhadores poderem “estacionar” carrinhos. Nessa época, também foi anunciado o fim do que Bolsonaro definiu como esquema de exploração, pois os ambulantes eram obrigados a pagar uma tarifa para trabalharem nas dependências do entreposto localizado na Vila Leopoldina, na zona oeste da capital paulista.

PM, Ceagesp e meio acadêmico

A carreira do provável candidato a vice-prefeito de São Paulo não se resume, entretanto, à PM e à presidência do Ceagesp. Isso porque Mello Araújo também tem currículo no ambiente acadêmico. Ele é bacharel em educação e Direito, por exemplo. Além disso, é especializado em fisiologia do exercício pela Universidade de São Paulo.

Atualmente, Mello Araújo faz sucesso nas redes sociais. No Instagram, ele conta com 44 mil seguidores. Nesta semana, ele usou a plataforma para divulgar o artigo “Ponte simbólica”. No texto publicado na Edição 201 da Revista Oeste, o jornalista Alexandre Garcia destaca que a população de uma cidade do Rio Grande do Sul se organizou para erguer uma ponte em 138 dias, com custo de R$ 5,7 milhões. Para tirar a mesma obra do papel, o governo gaúcho havia estimado 15 meses, com gastos de R$ 22 milhões.

*Fonte: Revista Oeste