País já registrou mais de 345 mil possíveis casos de arboviroses neste ano
Até a tarde da segunda-feira 5, o Brasil tinha registros de mais de 345 mil possíveis casos de dengue, com 36 mortes e 234 óbitos em investigação. Diante do crescente número de casos, o Distrito Federal e três Estados decretaram situação de emergência: Acre, Minas Gerais e Goiás.
Além dos Estados, as cidades do Rio de Janeiro e de Oiapoque (AP) também declararam situação de emergência.
Os decretos incluem as arboviroses mais comuns em ambientes urbanos: chikungunya e zika, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Para tentar conter o impacto da endemia no país, o Ministério da Saúde vai definir, nesta semana, o calendário de vacinação contra a dengue, de acordo com a ministra Nísia Trindade.
Critérios para o recebimento da vacina
A pasta acordou com as Secretarias de Saúde de Estados e municípios os critérios para a definição dos municípios que vão receber as doses, seguindo as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da OMS.
As vacinas seguem para as regiões com municípios de grande porte e com alta transmissão nos últimos dez anos. A população desses locais também precisa ser igual ou maior a 100 mil habitantes, considerando-se ainda as altas taxas nos últimos meses.
O público, em 2024, serão crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue. Os idosos estão entre os grupos que ainda não têm liberação pela Anvisa para receber os imunizantes.
De acordo com o esquema implementado pelo Ministério da Saúde, receberão as doses das vacinas municípios dos seguintes Estados, além do Distrito Federal:
- Acre;
- Amazonas;
- Bahia;
- Espírito Santo;
- Goiás;
- Maranhão;
- Minas Gerais;
- Mato Grosso do Sul;
- Paraíba;
- Paraná;
- Rio de Janeiro;
- Rio Grande do Norte;
- Roraima;
- Santa Catarina;
- São Paulo; e Tocantins.
- Estratégia do Ministério da Saúde
‘Vacina não oferece resposta’
De acordo com Nísia Trindade, neste momento, a vacina não oferece uma resposta para a situação atual. Segundo ela, o motivo é o intervalo de três meses necessário para a aplicação das duas doses.
“A vacina é muito importante, mas será uma estratégia progressiva para ter o impacto que a gente espera, de controlar a dengue e, no futuro, não ter mais a doença como um problema tão importante de saúde pública”, explicou a ministra, garantindo que “a vacina eficaz e segura, mas terá de ter uma ampliação”.
Nísia conta que, em paralelo à aplicação da vacina, o Ministério da Saúde fará pesquisas em alguns locais para acompanhar a efetividade da imunização.
*Fonte: Revista Oeste