CEO da Petrobras e ministro de Minas e Energia brigam por influência na estatal

Nessa disputa, apenas o presidente Lula pode decidir quem ganhará melhor fatia da petroleira

A disputa por influência na estatal entre o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem potencial para ser o estopim de uma crise entre o PT e o centrão. É o que diz a coluna de Malu Gaspar, na edição desta quarta-feira, 7, do jornal O Globo.

O impasse ocorre porque, segundo a jornalista, o Prates quer aumentar o controle do PT sobre o Conselho de Administração da estatal. Para tanto, ele pretende remover conselheiros ligados a Silveira, aliado do centrão. O primeiro na mira do CEO é o atual presidente do conselho da estatal, Pietro Mendes.

Em suas articulações, Prates tentou convencer o Palácio do Planalto a trocar Mendes pela secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, ou pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Este informou, por meio de assessoria, que sua ida para a petroleira é “pura especulação”.

Conforme Malu Gaspar, a ideia de que o comandado da Petrobrás deve pertencer ao PT conta, inclusive, com o apoio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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O ministro Fernando Haddad também vislumbra mais poder do PT na Petrobras | Foto: Ton Molina/Estadão Conteúdo

Silveira também se articula

Atento às movimentações de Prates, Silveira tenta impedi-las. Recentemente, o ministro cobrou de Rui Costa, chefe da Casa Civil, o comando do conselho — manobra teria sido acordada desde o início do mandato de Lula.

Ainda segundo Malu Gaspar, a disputa entre Silveira e Prates pode gerar uma crise entre o governo e o centrão. No entanto, o cenário parece mais favorável para o ministro, por duas razões.

Primeiro, porque Silveira é do mesmo partido e grupo político do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); depois, ele é aliado de Alcolumbre, que pretende disputar a sucessão de Pacheco, em 2025.

Por isso, uma ala do governo considera difícil para Prates sair vitorioso. Segundo fontes da Petrobras, apenas o presidente Lula poderia decidir essa questão. 

*Fonte: Revista Oeste