O ex-presidente afirma que ‘fez uma transição pacífica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva’
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lamentou a operação da Polícia Federal (PF) desta quinta-feira, 8. A ação apreendeu seu passaporte e mirou aliados, como ex-ministros e ex-assessores ligados ao seu governo. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a PF, a ação tem como objetivo “apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção de Bolsonaro no poder”.
O ex-presidente disse que não compreende a acusação. Ele lembrou que fez uma transição de governo “sem problemas” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A pedido do Lula, nomeei os três comandantes de Força escolhidos por ele em dezembro”, afirmou. “Como vou nomear comandante de Força dele e dar um golpe depois?”
Entenda a operação que impacta Bolsonaro
Na manhã desta quinta-feira, 8, a PF deflagrou a Operação Tempus Veritatis. A ação teve 33 alvos de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva. Além disso, houve 48 medidas alternativas — que incluem proibir o contato entre os investigados, a entrega de passaportes e a suspensão do exercício de funções públicas.
Entre os presos na operação estão dois ex-assessores de Bolsonaro: Marcelo Câmara, ex-assessor especial da Presidência; e Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência.
Além dos assessores, também foi detido Rafael Martins de Oliveira, major do Exército. Há um quarto mandato de prisão, mas a identidade do alvo não foi confirmada.
Entre os alvos da operação estão:
- Jair Bolsonaro;
- Valdemar Costa Neto (presidente do PL);
- General Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional);
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
- Walter Braga Netto (Candidato a vice-presidente de Bolsonaro);
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
- General Stevan Teófilo Gaspar de Oliveira (ex-chefe do Comando de Operações Terrestres);
- Almirante Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
- Tércio Arnaud Thomaz (ex-assessor de Bolsonaro); e
- Ailton Barros (major reformado).
*Fonte: Revista Oeste