Comissão Eleitoral Central, controlada pelo Kremlin, alegou irregularidades em assinaturas de apoio à candidatura
Nesta quinta-feira, 8, a Comissão Eleitoral da Rússia vetou a candidatura do ex-deputado Boris Nadezhdin. Ele é considerado o único rival declarado do presidente Vladimir Putin.
Nadezhdin é conhecido por fazer críticas incisivas ao Kremlin, principalmente sobre a guerra da Ucrânia, que ele considera como um “erro fatal”.
“A Comissão Eleitoral Central se negou a registrar minha candidatura ao cargo de presidente da Federação Russa”, relatou Boris Nadezhdin, no Telegram.
Para concorrer, Nadezhdin precisava reunir 100 mil assinaturas em pelo menos 40 regiões da Rússia. A comissão alega que detectou falhas em cerca de 9 mil das 105 mil candidaturas de apoio apresentadas pelo ex-deputado. O número supera a margem erro permitida (5%).
Além de Nadezhdin, outros opositores também tiveram suas candidaturas vetadas. As possibilidades de reverter a decisão com um recurso de apelação são quase nulas, visto que o Kremlin exerce controle total sobre os processos eleitorais no país.
Com isso, Putin deve ser eleito para outro mandato de seis anos nas eleições russas. Ele comanda a Rússia como presidente ou primeiro-ministro desde 1999. O pleito está programado para ocorrer entre os dias 15 e 17 de março.
Quem é o rival de Vladimir Putin?
Boris Nadezhdin é um velho conhecido na política russa e tem laços antigos com figuras próximas do Kremlin, como Sergei Kiriyenko, primeiro-ministro russo em 1998, de quem foi assistente entre 1997 e 1998.
Em novembro de 2023, Nadezhdin anunciou sua candidatura à Presidência pelo partido de centro-direita Iniciativa Cívica.
Nadezhdin foi vereador por mais de 30 anos e também foi deputado da Duma Estatal da Rússia (equivalente à Câmara dos Deputados) de 1999 a 2003. Antes disso, trabalhou como assessor do primeiro vice-primeiro-ministro Boris Nemtsov. Desde setembro de 2019, é deputado no distrito da cidade de Dolgoprudny.
Fora da política, em 1999, Nadezhdin fundou o Departamento de Direito do Instituto de Física e Tecnologia de Moscou, dirigindo-o até 2016. É doutor em ciências físicas e matemática e licenciado em Direito.
*Fonte: Revista Oeste