Ex-comandante da Marinha é alvo de busca e apreensão em operação da PF

Almirante Garnier Santos disse ter sido ‘acordado’ em casa às 6h15 da manhã

O ex-comandante da Marinha do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, almirante Almir Garnier Santos, é um dos alvos da busca e apreensão deflagrada pela Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira, 8, no âmbito da Operação Tempus Veritatis. O objetivo da ação é investigar uma tentativa de golpe de Estado depois das eleições de 2022.

“Participo que face à situação política de nosso país, fui acordado em minha casa hoje, as 6h15m da manhã, pela Polícia Federal”, informou Garnier em nota. “Estando acompanhado apenas do Espírito Santo, em virtude de viagem da minha esposa. Levaram meu telefone e papéis de projetos que venho buscando atuar na iniciativa privada. Peço a todos que orem pelo Brasil e por mim.”

Além do almirante, a PF cumpriu mandados contra outros 15 militares. Entre eles, o general Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil; Augusto Heleno, ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional; e Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa.

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Bolsonaro também foi alvo da PF. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aplicou medidas restritivas contra ele, como a proibição de deixar o Brasil e a entrega do passaporte no prazo de 24 horas, além da proibição de se comunicar com outros investigados.

Em 2023, a relatora da CPMI do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), pediu o indiciamento de Garnier no documento pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

A operação da PF

Ramagem alvo operação PF
Foto: Divulgação/Polícia Federal

Hoje, ao todo, a PF cumpre 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão — que incluem a proibição de manter contato com outros investigados, de se ausentarem do país e a entrega de passaportes.

Os mandados estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Amazonas e no Distrito Federal.

Segundo a operação, o grupo se dividia em dois núcleos de ação: um disseminava a ocorrência de “fraude” no pleito de 2022 a fim de “viabilizar e legitimar” uma intervenção militar.

Já o outro atuava no planejamento para realizar um golpe de Estado, “com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais em ambiente politicamente sensível”.

*Fonte: Revista Oeste