Segundo a polícia, investigados usaram comitê de campanha do partido para fazer ‘ajustes’ em documento
A Polícia Federal (PF) indicou o uso da estrutura do Partido Liberal (PL), comandado por Valdemar Costa Neto, para a elaboração de uma “minuta de decreto”, que previa um golpe de Estado.
“Verificou-se que investigados teriam se valido da estrutura da residência do comitê de campanha da agremiação política presidida pelo senhor Costa Neto, para realizar ajustes na minuta de ato de cunho golpista, que seria apresentada no dia seguinte, 7/12/2022”, informou a Procuradoria-Geral da República em documento sobre a investigação da PF.
Segundo as investigações, há indícios de envolvimento do PL, por meio de Valdemar, no “esquema” apurado pela PF. Na manhã desta quinta-feira, 8, o presidente do partido foi alvo de buscas e apreensões no âmbito da Operação Tempus Veritatis.
A ação investiga uma tentativa de golpe de Estado depois das eleições de 2022. A PF tinha mandado de busca e apreensão contra Valdemar, não de prisão. Contudo, durante a ação, foi encontrada uma arma no local e ele foi preso em flagrante.
Ao portal Metrópoles, a defesa de Valdemar afirmou que ele foi apenas levado à sede da PF, em Brasília, para prestar esclarecimentos sobre arma, que seria legal e estaria registrada no nome de um filho do presidente do partido.
Os “investigados” citados pela PGR fariam parte do “núcleo jurídico” que, segundo a PF, era parte da “organização criminosa” que queria manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. Integram o grupo, conforme as investigações, o advogado Amauri Saad e o ex-assessor da Presidência Filipe Martins.
Os dois teriam levado a minuta a Bolsonaro, que pediu mudanças no teor do texto antes de levá-lo às Forças Armadas. O documento teria sido montado entre novembro e dezembro de 2022.
Senador do PT quer investigar ação do PL
Nas redes sociais, o senador petista Humberto Costa (PE) disse que estava enviando uma representação à PGR com pedido de investigação sobre a “participação do PL em tentativa de golpe e abolição violenta do Estado Democrático de Direito”.
“Se comprovada a atuação, vou requerer a cassação do registro do partido por envolvimento em atividade criminosa”, continuou.
*Fonte: Revista Oeste