Membros da escola de samba representaram Tropa de Choque com asas e chifres vermelhos
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), terá um encontro com representantes da Liga Independente das Escolas de Samba da capital paulista para tratar do desfile da escola de samba Vai-Vai neste Carnaval. No desfile, uma ala da agremiação retratou a Tropa de Choque da Polícia Militar com símbolos, como asas e chifres vermelhos, que remetem à figura do diabo.
“Vamos conversar com a Liga e dar direito ao contraditório”, afirmou Nunes, em entrevista à CNN. “Nesse momento, não temos como saber se haverá punição e, se houver, qual será”, adiantou.
Enquanto isso, já chegaram aos gabinetes do prefeito e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ofícios de parlamentares com críticas ao polêmico desfile.
Ligados à pauta de segurança pública, o deputado federal Capitão Augusto e a deputada estadual Dani Alonso, ambos do PL, reclamaram da ala da agremiação que “demonizou” policiais no Sambódromo do Anhembi.
Parlamentares querem impedir repasses de recursos
Os parlamentares pedem a Nunes e Tarcísio que impeçam a escola de receber, no próximo ano, recursos públicos municipais e estaduais para sua apresentação.
“Proponho que a escola de samba Vai-Vai seja proibida de receber qualquer forma de recurso público no próximo ano fiscal, como forma de sanção pela conduta irresponsável e ofensiva demonstrada”, afirma ofício dos deputados aos gestores.
Para Capitão Augusto e Dani Alonso, tal medida não apenas servirá como uma “punição apropriada”, mas também como um sinal de que “ofensas contra as instituições e profissionais de segurança não serão toleradas no Estado de São Paulo”.
O que diz a agremiação
A escola Vai-Vai disse em comunicado que a ala prestou uma homenagem ao álbum Sobrevivendo no Inferno e ao grupo Racionais Mcs, sem a intenção de promover qualquer tipo de “ataque ou provocação”.
“O desfile tratou-se [sic] de um manifesto, uma crítica ao que se entende por cultura na cidade de São Paulo, que exclui manifestações culturais como o hip hop”, esclareceu a nota da agremiação.
*Fonte: Revista Oeste