Presidente comparou a contraofensiva israelense em Gaza ao nazismo, chamou Netanyahu de ‘extremista’ e acusou Tel-Aviv de terrorismo
Neste domingo, 18, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acrescentou mais uma página em seu histórico de declarações contra o Estado de Israel. Durante entrevista coletiva, na Etiópia, o petista comparou a contraofensiva israelense em Gaza ao extermínio de 6 milhões de judeus, promovido pelo governo nazista de Adolf Hitler.
Sua mais recente declaração, por exemplo, recebeu aprovação do Hamas. Em mensagem divulgada no aplicativo de mensagens Telegram, os terroristas disseram que apreciam as palavras de Lula.
“Apelamos ao Tribunal Internacional de Justiça para que leve em consideração a declaração do presidente brasileiro sobre as violações e atrocidades que o nosso povo palestino está sofrendo nas mãos do Exército de ocupação criminoso e dos seus colonos terroristas”, afirmou o Hamas.
Veja o histórico de declarações de Lula contra Israel
25 de dezembro de 2023 — “Não é possível a morte de tantas mulheres e tantas crianças”
Lula participou de um almoço de boas-vindas com repatriados que chegaram ao Brasil, vindos da Faixa de Gaza. No encontro, que ocorreu na Base da Força Aérea em Brasília, o presidente lamentou a contraofensiva israelense.
“Não é possível a morte de tantas mulheres e tantas crianças”, disse o petista, referindo-se às baixas de palestinos. “A destruição de todo o patrimônio construído pelo povo palestino.”
1º de dezembro de 2023 — “Netanyahu é uma pessoa muito extremista”
Durante visita ao Catar, Lula concedeu uma entrevista ao canal de TV Al Jazeera. Na ocasião, relativizou o direito israelense à autodefesa. Interpelado sobre o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o presidente o qualificou como extremista.
“Como governante, é uma pessoa muito extremista, de extrema direita, com pouca sensibilidade humana, com pouca sensibilidade para os problemas do humanismo do povo palestino”, disse Lula.
21 de novembro de 2023 — “Atos bárbaros não justificam o uso de força indiscriminada e desproporcional contra civis”
Em reunião com os líderes do Brics, grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o presidente brasileiro voltou a relativizar o direito israelense à autodefesa.
“Reiteramos o chamado pela liberação imediata e incondicional de todos os reféns”, disse, antes de criticar Tel-Aviv. “No entanto, tais atos bárbaros não justificam o uso de força indiscriminada e desproporcional contra civis.”
14 de novembro de 2023 — “É igual ao terrorismo”
Uma semana antes, Lula acusou Israel de cometer atos terroristas. Ele proferiu a declaração durante uma live nas redes sociais.
“É por isso que disse que a atitude de Israel em relação às crianças e às mulheres é igual ao terrorismo”, afirmou o presidente, sem citar que os terroristas palestinos colocam civis em bases do Hamas. “Não tem como dizer outra coisa.”
13 de novembro de 2023 — “Israel também está cometendo um ato de terrorismo”
Um dia antes, quando brasileiros começaram a deixar Gaza, Lula acusara Israel de cometer ataques terroristas. “As consequências, a solução do Estado de Israel, são tão graves quanto foi a do Hamas”, disse o presidente, durante uma cerimônia no Palácio do Planalto.
Naquele mesmo dia, quando foi pessoalmente receber o grupo de expatriados vindo de Gaza, Lula reafirmou que Israel cometeu atos de terrorismo.
“Nunca vi uma violência tão brutal, tão desumana contra inocentes”, disse o petista. “Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo, o Estado de Israel também está cometendo um ato de terrorismo.”
24 e 25 de outubro de 2023 — “Não é uma guerra, é um genocídio”, disse Lula
Quase duas semanas antes, o presidente já havia criticado Israel. Na ocasião, cobrou interferência da Organização das Nações Unidas (ONU) no conflito.
“Não é porque o Hamas cometeu um ato terrorista contra Israel que Israel tem de matar milhões de inocentes”, disse Lula. “Se tivesse força, a ONU poderia ter uma interferência maior. Os Estados Unidos poderiam ter uma interferência maior. Mas as pessoas não querem. As pessoas querem guerra.”
20 de outubro de 2023 — “Reação de Israel é insana”
Na primeira aparição desde que realizou cirurgias no quadril, o presidente criticou a contraofensiva israelense.
“As crianças não pediram para o Hamas fazer o ato de loucura que fez, de terrorismo, atacando Israel”, observou o petista. “Mas também não pediram que Israel reagisse de forma insana e as matasse.”
18 de outubro de 2023 – “Ataque ao Hospital al-Ahli é tragédia injustificável”
Na ocasião, Lula comentou o suposto bombardeiro de Israel ao Hospital al-Ahli, na Faixa de Gaza. Isso porque o Hamas atribuiu o ataque aos israelenses, e a imprensa internacional amparou-se em informações dos terroristas para divulgar a informação.
Contudo, a organização Human Rights Watch (HRW) comprovou que os ataques não partiram de Tel-Aviv. Na verdade, o míssil que atingiu a unidade hospitalar saiu da Palestina. Os responsáveis foram os terroristas da Jihad Islâmica, grupo alinhado ao Hamas.
“O ataque ao Hospital Baptista Al-Ahli é uma tragédia injustificável”, disse Lula, antes do esclarecimento da HRW. Depois, o presidente não se manifestou sobre o assunto.
7 de outubro de 2023 — “Meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas”
Ao se manifestar sobre o atentado terrorista contra Israel, Lula não citou o nome do responsável pelos ataques: o Hamas.
“Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas, reafirmo meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas”, disse o presidente. “O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da presidência do Conselho de Segurança da ONU.”
*Fonte: Revista Oeste