Atenções estão voltadas para o incidente internacional criado com declaração de Lula
A crise diplomática criada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao comparar com o Holocausto a contraofensiva de Israel ao Hamas deve ofuscar a reunião de ministros de países do G20, grupo que reúne as 20 maiores econômicas do mundo, que começa nesta quarta-feira, 21, no Rio de Janeiro. O evento prossegue até quinta-feira 22.
Entre os ministros que vêm ao Brasil estão Anthony Blinken, secretário de Estado do governo Joe Biden, dos Estados Unidos, e Sergei Lavrov, da Rússia. Blinken já chegou ao país e deve se reunir na manhã desta quarta com Lula.
Na terça-feira 20, a Casa Branca responsabilizou a Rússia pela morte de Alexei Navalny, líder da oposição morto na sexta-feira 16 em uma prisão na Sibéria. O Brasil não se manifestou. Lula, em entrevista, disse que quer esperar a investigação das autoridades russas para se manifestar.
G20 tem em pauta reforma de organismos internacionais, mas crise diplomática se sobrepõe
O principal tema, segundo o Itamaraty, será a reforma de organismos multilaterais, como a Organização das Nações Unidas (ONU). Porém, o tema deve ser ofuscado em razão da recente crise, iniciada no domingo 18, depois da declaração de Lula feita na Etiópia — ele voltou a acusar Israel de genocídio e disse que o governo de Benjamin Netanyahu age como os nazistas agiram contra os judeus na Segunda Guerra Mundial.
Em razão disso, Netanyahu disse que as palavras de Lula eram “vergonhosas”. Israel declarou Lula persona non grata, e o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, insistiu que o petista deveria pedir desculpa.
O G20, um grupo de diálogo entre os países, está sendo presidido pelo Brasil desde 1º de dezembro de 2023. O mandato vai até 30 de novembro deste ano. Ao país que preside temporariamente o G20, cabe receber os representantes de outros países, organizar as reuniões e pautar as discussões.
Internamente, além de críticas de diversas entidades judaicas, a declaração de Lula gerou um pedido de impeachment na Câmara dos Deputados com número recorde de assinaturas.
Fazem parte do G20 os seguintes países:
- África do Sul;
- Alemanha;
- Arábia Saudita;
- Argentina;
- Austrália;
- Brasil;
- Canadá;
- China;
- Coreia do Sul;
- Estados Unidos;
- França;
- Índia;
- Indonésia;
- Itália;
- Japão;
- México;
- Reino Unido;
- Rússia;
- Turquia;
- União Europeia;
- União Africana.
*Fonte: Revista Oeste