Acusada de antissemitismo na Bahia poderá pegar até 11 anos de prisão

Denunciada entrou na loja de Herta Breslauer com ofensas, o que a levou a se tornar ré em ação penal

O Ministério Público Estadual da Bahia, por meio do promotor Bruno Gontijo Araújo Teixeira, ofereceu denúncia contra a chilena Ana Maria Leiva Blanco pelos ataques antissemitas ocorridos em Arraial D’Ajuda, em 2 de fevereiro. Com a instauração da ação penal, o juiz vai julgar o ocorrido, e a denunciada poderá pegar até 11 anos de prisão.

No documento, obtido por Oeste, o promotor afirma que a denunciada “injuriou alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional; destruiu, inutilizou ou deteriorou coisa alheia, com violência à pessoa ou grave ameaça; tentou ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem e, também, ameaçou alguém, por palavra, de causar-lhe mal injusto e grave, tendo como vítima, Herta Breslauer.”

Ana Maria, que já estava proibida de se aproximar de Herta, responderá por injúria racial; dano qualificado; lesão corporal dolosa e ameaça.

As ofensas estão relacionadas à guerra entre Israel e o Hamas, depois dos ataques do grupo terrorista ao país judaico, em 7 de outubro. O documento conta que, “há alguns meses, a vítima e a denunciada se desentenderam sobre as questões que envolvem o conflito que acontece na Faixa de Gaza entre o Estado de Israel e grupo palestino Hamas”.

A discordância ocorreu “em razão de possuírem opiniões opostas sobre tal conflito, fato este, ocorrido através de mensagens em rede social”.

Depois da troca de mensagens, Herta resolveu bloquear Ana Maria, que pediu desculpa em entrevista para a Rede Globo, no WhatsApp.

“Assim, temendo que a discussão ganhasse maiores proporções, a vítima encerrou a conversa e bloqueou a denunciada no referido aplicativo de mensagens.”

Momento da agressão

Loja artesanato Arraial D'Ajuda
Herta tem loja de artesanato em Arraial D’Ajuda | Foto: Reprodução/Instagram

O documento conta ainda que, tempos depois, Herta, dona da loja Mística, estava no balcão quando Ana Maria entrou e, transtornada, “investiu contra a vítima desferindo-lhe um tapa no rosto e tentou puxá-la para fora do balcão, tendo a vítima recuado.”

O promotor prossegue e afirma que “a denunciada ainda tentou adentrar por trás do balcão da loja para continuar as agressões, momento, em que esta foi contida e impedida de concluir seu intento por seu namorado.”

Herta então, começou a filmar a cena com o seu aparelho celular. Foi quando, de acordo com o texto, a agressora proferiu, entre palavrões, os insultos antissemitas, tais como “assassina de crianças” e “maldita sionista”, além de, segundo a denúncia, ameaçar a vítima, ao dizer que ia “pegá-la”.

Um dos argumentos utilizados pelo promotor no oferecimento da denúncia decorre do fato de os filhos e o ex-marido de Herta serem israelenses e de a filha dela morar em Israel e ter servido na Aeronáutica daquele país. Segundo a denúncia, isto fez Herta ficar “muito abalada” com as ofensas.

*Fonte: Revista Oeste