‘Israel não é um Estado que promove apartheid’, diz muçulmana

Sophia Shramko cresceu na nação judaica e acredita que o grupo terrorista Hamas é o verdadeiro opressor do povo palestino

Em entrevista ao canal PragerU, no YouTube, a muçulmana Sophia Khalifa Shramko contou detalhes do tempo em que viveu em Israel como cidadã árabe. O vídeo foi publicado na plataforma em 20 de novembro de 2023.

Além de explicar que a nação judaica não promove um apartheid entre judeus e árabes, Sophia relatou sempre ter sido bem tratada pelos israelenses e ter conseguido construir uma boa vida graças às políticas públicas do governo.

O pai de Sophia foi o primeiro tenente-coronel beduíno a ingressar nas Forças de Defesa de Israel (FDI). Alguns de seus irmãos também seguem carreira no país. A muçulmana tem dedicado seu tempo a falar de sua realidade como cidadã árabe no país desde 8 de outubro de 2023, um dia depois de o grupo terrorista Hamas entrar em guerra com Israel.

Aos 14 anos, ela foi descoberta por um fotógrafo e se tornou a primeira modelo beduíno-israelense do país, mas decidiu se formar em engenharia elétrica na Universidade de Tel-Aviv. Em 2017, Sophia ingressou na Universidade de Stanford, na Inglaterra, e obteve um mestrado em administração de empresas. Hoje em dia, ela mora nos Estados Unidos, trabalha para a Amazon como gerente de produto sênior e tem dois filhos. 

De acordo com Sophia, o governo de Israel concede aos cidadãos árabes os mesmos direitos dos israelenses. A população árabe corresponde a 20% do país. 

“Mesmo sendo árabe, eu recebi todos os direitos que judeus e israelenses recebem do governo”, disse Sophia, em entrevista ao PragerU. “Educação, assistência médica… Minha mãe me criou sozinha, então nossa renda vinha diretamente de auxílios do governo.”

Ela também relata que, em várias repartições públicas, é possível encontrar árabes que ocupam altas posições no governo. “Nós tivemos um árabe na nossa Suprema Corte, e ele mandou um dos ex-presidentes de Israel, que é judeu, para a cadeia”, contou. “Um Estado com uma política de apartheid permitiria isso? Israel é, na realidade, uma bela democracia multiétnica.”

Na visão de Sophia, os militantes pró-Palestina que fazem ataques e acusações a Israel não estão colaborando para uma eventual “liberdade” do povo palestino, e sim para a divulgação das ideias defendidas pelo Hamas, que é quem realmente está oprimindo a população.

“Eles não estão fazendo isso pela Palestina”, prosseguiu. “Como uma mulher árabe que cresceu no mesmo território, devo afirmar: para aprender o que os palestinos pensam, você tem que entrevistar os palestinos que conseguiram fugir de Gaza, e não aqueles que permanecem sob o domínio do regime terrorista. Os palestinos que fugiram condenam o Hamas, querem que ele seja eliminado, e aguardam ansiosamente para que Israel faça isso.”

Ela acredita que, caso o Hamas tenha sucesso em derrotar Israel, o grupo terrorista começará a perseguir judeus e cristãos e vai agir com violência para eliminá-los da Faixa de Gaza. 

A guerra em Israel

soldado militares Israel
Conflito entre Israel e o Hamas já completou 5 meses | Foto: FDI

Em 7 de outubro, o Hamas promoveu um ataque-surpresa em Israel e deu início à guerra. Terroristas invadiram o país por via terrestre, na fronteira da Faixa de Gaza, e fizeram bombardeiros. Eles assassinaram e sequestraram dezenas de civis. Também foi constatado que centenas de mulheres israelenses foram estupradas por militantes do Hamas durante os atos terroristas.

Uma das narrativas mais divulgadas por militantes de esquerda é que a contraofensiva de Israel ao Hamas é uma espécie de “genocídio” do povo palestino.

Em 18 de fevereiro, durante uma coletiva de imprensa em Addis Ababa, capital da Etiópia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou as ações de defesa da nação judaica ao Holocausto nazista. Os massacres promovidos por Adolf Hitler mataram cerca de 6 milhões de judeus.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico”, comentou Lula. “Aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus.”

A declaração do petista teve repercussão internacional e causou uma tensão diplomática entre o Brasil e o país. O Ministério das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, declarou em 19 de fevereiro que Lula é persona non grata no território, e exigiu um pedido de desculpa do presidente em várias ocasiões. Lula, no entanto, jamais se retratou pela comparação e permanece acusando Israel de genocídio.

*Fonte: Revista Oeste