Depois de protestos por apagões, Cuba recebe carregamento de petróleo da Rússia

Cuba está enfrentando a pior crise econômica desde o fim da União Soviética e chegou a pedir ajuda alimentar às Nações Unidas

A Rússia enviou para Cuba um carregamento de cerca de 715 mil barris de petróleo bruto, que deverão chegar nesta sexta-feira, 29, ao Porto de Matanzas, próximo de Havana.

Bandeiras de Cuba e da Rússia
Bandeiras de Cuba e da Rússia

O envio do petróleo russo ocorre em meio a apagões e escassez de alimentos, que estão provocando protestos nas ruas de Cuba e migração em massa de cidadãos cubanos.

Cuba está enfrentando uma das suas piores crises econômicas desde a queda da União Soviética, que colapsou em 1989.

Trinta e cinco anos depois, a ilha comunista se encontra — mais uma vez – em dívida com os seus apoiadores em Moscou, agora capital da Federação Russa.

Volta à órbita russa

Havana não teve outra escolha senão voltar à órbita da Rússia depois que alguns dos seus outros aliados reduziram o apoio.

A Venezuela, patrocinadora de longa data de Cuba, reduziu as entregas de combustível para cerca de 35 mil barris por dia, abaixo dos cerca de 80 mil em 2020.

E embora o México esteja doando cerca de 25 mil barris diariamente, o país enfrenta pressão interna para começar a cobrar a ilha.

A estatal mexicana Petroleos Mexicanos – que nega estar enviando petróleo bruto para Cuba – também enfrenta problemas financeiros.

Cuba e a Rússia assinaram um acordo no ano passado para tentar superar parte das dificuldades da ilha. Todavia, os carregamentos russos demoraram para chegar à ilha comunista por causa da guerra na Ucrânia.

Recentemente, Cuba solicitou à Organização das Nações Unidas (ONU) doações de leite em pó para alimentar crianças.

A escassez crônica de trigo se transforma em falta de pão, e as rações alimentares do governo têm sido constantemente reduzidas ou até mesmo adiadas por semanas.

Cuba culpa os Estados Unidos pelo desastre econômico

O governo cubano culpa o embargo comercial dos EUA, imposto após a revolução de 1959, como responsável de seus problemas.

Entretanto, Cuba continua comerciando com todos os outros países do mundo e até mesmo com os Estados Unidos.

Existem várias exceções que permitem a exportação de alimentos, produtos agrícolas, suprimentos médicos, doações humanitárias e várias outras categorias de bens, caso sejam utilizados pelo setor privado, e não pelo governo.

Por exemplo, as exportações além de produtos agrícolas, medicamentos e doações dos Estados Unidos são autorizadas sob licenças e políticas específicas implementadas durante os governos de Barack Obama Joe Biden.

Um dos maiores problemas de Cuba vem do colapso do turismo internacional, uma das mais tradicionais fontes de moeda forte da ilha.

Cuba recuperou apenas a metade dos visitantes anteriores à pandemia, e isso provocou uma escassez de dólares.

*Fonte: Revista Oeste