Ministra do Planejamento e Orçamento integra o MDB, mesmo partido do prefeito paulistano
Integrante do MDB, mesmo partido do prefeito Ricardo Nunes, que tentará a reeleição na capital paulista, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que vai apoiá-lo. Na última semana, ela avisou que isso ocorrerá ainda que o colega tenha se aliado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nunes deverá ter como adversários Guilherme Boulos (Psol), que tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Tabata Amaral (PSB), do mesmo partido do vice-presidente Geraldo Alckmin. Dessa forma, o atual prefeito vem aglutinando a intenção de voto de eleitores da direita, uma vez que Bolsonaro não deu aval à entrada de nomes de seu espectro político na campanha.
Pela proximidade que estabeleceu com Lula desde que o apoiou, no segundo turno da eleição de 2022, Tebet já avisou ao seu partido que não subirá em palanques de aliados de Bolsonaro, mesmo que o MDB indique alguém para o posto de vice-prefeito em São Paulo.
“Até agora, o Ricardo Nunes não me deu nenhum motivo para não apoiá-lo. Obviamente que nós vamos ver qual é a plataforma de governo dele”, disse a ministra, em entrevista exibida neste sábado, 30, pelo canal de TV CNN Brasil. “Mas se ele continuar defendendo a democracia e os valores com os quais eu comungo… O que eu me recuso é subir num palanque de bolsonarista.”
Indagada se subirá no palanque de Nunes, ainda que o prefeito receba o apoio do ex-presidente da República, Tebet sinalizou positivamente. “Bolsonaro não estando (risos)”, afirmou a ministra. “A gente pode ir em dias diferentes.”
Tebet classificou o colega de partido como um democrata. “Vejo Nunes como uma pessoa democrática”, disse a emedebista. “Ele é um democrata, com posicionamento provavelmente diferente em alguns aspectos que eu.”
Apoio do MDB a Lula em 2026
Simone Tebet disse ainda esperar que seu partido apoie a reeleição de Lula, em 2026. Para isso, o MDB deseja indicar um vice para Lula — o que tiraria Geraldo Alckmin (PSB) da futura chapa. De acordo com ela, será necessário unir forçar para vencer o que classifica como “extrema direita”.
“Não tenho dúvidas de que as forças democráticas estarão com o candidato mais forte a derrubar esse projeto nefasto”, afirmou. “Consequentemente, o único nome que me vem à mente, e por tudo que estamos preparando para o país, de melhora da economia, a gente fortalece o governo do presidente Lula. Eu não vejo outro caminho a não ser apoiar a reeleição do presidente Lula se ele for candidato.”
Tebet fala sobre fim da reeleição
Na entrevista à CNN Brasil, Tebet disse ainda ser “totalmente de acordo” com o projeto de limitar a reeleição e criar mandatos de cinco anos para presidente da República. Proposta nesse sentido está em discussão no Senado.
“Um dos grandes cânceres e males é um mandato de quatro anos. É um mandato curto.”, disse Tebet. “Você ganha e trabalha no primeiro ano. No segundo, tem eleição municipal. No terceiro, você já está pensando na reeleição. Você só não pensa em eleição no primeiro ano. O Brasil não vai para frente dessa forma.”
*Fonte: Revista Oeste