A fala de Beto Simonetti aconteceu na abertura de uma conferência de advogados, em Mato Grosso do Sul
Durante seu discurso na abertura da 4ª Conferência Nacional da Jovem Advocacia em Bonito, em Mato Grosso do Sul, nesta quarta-feira, 10, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, reagiu a um grito da plateia de “fora, Xandão”, e afirmou: “Nós vamos chegar lá”.
A fala que ecoou da audiência ocorreu quando Simonetti anunciou que, na próxima semana, apresentará ao Congresso Nacional uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para garantir à advocacia o direito de realizar sustentação oral nos tribunais, em especial no Supremo Tribunal Federal (STF).
Destacando que “o Estatuto da Advocacia é regido por uma lei federal e não pode valer mais do que o regimento de um Tribunal”, Simonetti foi ovacionado e aplaudido de pé.
“É onde estão descritos todos os nossos direitos, todas as nossas garantias para que possamos, da Tribuna Sagrada, da defesa, representar o povo brasileiro”, disse, “retirando suas angústias e desfazendo as injustiças perpetradas contra o cidadão do Brasil.”
A iniciativa de apresentar uma PEC para garantir as prerrogativas da classe surge em meio a mais um episódio em que o ministro do STF Alexandre de Morais, na semana passada, negou o direito de sustentação oral a um advogado, baseando-se em sua interpretação do regimento interno da Corte.
“O diálogo não foi suficiente”, afirmou Simonetti
Sem mencionar o nome de Moraes, Simonetti enfatizou que “o diálogo não foi suficiente para resolver” a questão.
“Fizemos o possível em relação à proteção do direito da advocacia de realizar sustentação oral nos tribunais brasileiros”, afirmou o presidente da OAB antes de ser interrompido com o grito de “fora, Xandão”.
A reação de Simonetti, com a afirmação “nós vamos chegar lá”, desencadeou risos e aplausos da plateia. Na mesa das autoridades, estava presente o governado do Estado do Mato Grosso do Sul, o tucano Eduardo Riedel (PSDB).
Desde que o STF decidiu incluir os julgamentos relacionados aos atos de 8 de janeiro no plenário virtual, sem permitir a sustentação oral das defesas dos réus, a OAB tem defendido a manutenção desse direito para os advogados.
*Fonte: Revista Oeste