Itamaraty não criticou os ataques do Irã contra Israel
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil não condenou os ataques feitos pelo Irã contra Israel, pela primeira vez na história, no sábado 13, quando mais de 300 drones e mísseis foram lançados no país.
“A má-fé da diplomacia do governo Lula ficou explícita na nota pusilânime (ou covarde) que o Itamaraty soltou sobre o assunto”, condenou O Estado de S. Paulo, em sua página de opinião desta quarta-feira, 17.
No texto intitulado “O papelão do Itamaraty lulopetista”, o jornal avalia que, na hipótese benevolente, o comunicado por meio do qual o governo de Lula da Silva reagiu ao ataque do Irã a Israel mostra que “a política externa brasileira está entregue a rematados ineptos”.
“Ao considerarmos o alinhamento entusiasmado do Brasil sob Lula ao movimento antiocidental liderado por tiranias, como o Irã, é mais uma prova de má-fé da diplomacia lulopetista”, denunciou o Estadão.
Enquanto o governo petista evita ao menos criticar o verdadeiro agressor ou apoiar a vítima, Israel contou com as forças norte-americanas, francesas, britânicas e de alguns países árabes. O regime iraniano foi imediata e duramente condenado por diversos governos.
O ‘cinismo’ lulopetista
Para o Itamaraty, contudo, os “relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel” deveriam ser acompanhados com “com grave preocupação”.
“Mesmo para os padrões lulopetistas, é incomum tanto cinismo condensado numa única frase; o Brasil tratou uma informação concreta como ‘relato’ e chamou o ataque de ‘envio’”, analisou a publicação.
Por fim, o jornal mostra espanto pelo fato de a nota brasileira conseguir “a proeza” de sugerir que foi a ação de Israel em Gaza que causou o “alastramento das hostilidades à Cisjordânia e a outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, Irã”.
“É como se, pasme o leitor, todos esses países e territórios fossem vítimas – menos Israel, claro”, disse o editorial.
O Estadão enfatizou ainda que o chanceler Mauro Vieira “ofendeu a inteligência alheia” ao sugerir que a nota foi produzida quando “não se sabia ainda a extensão ou o alcance” dos ataques. Naquele momento, o mundo já sabia.
“É constrangedor ver um diplomata de carreira com as credenciais de Vieira sujeitar-se a dar lustro ao tratamento privilegiado que o presidente Lula confere a ditaduras companheiras”, concluiu o texto.
*Fonte: Revista Oeste