Secretaria Municipal de Educação é denunciada por falta de infraestrutura em unidade

Recentemente, o site Ethos foi o porta-voz de mães que estavam clamando por socorro, pois viam seus filhos irem para a escola e se juntarem a turmas de séries inferiores por falta de professores. Outras, pediam socorro, pois não havia auxiliares nas unidades de educação e, muito menos, previsão para que o problema fosse solucionado. Os pais também pediam a entrega de materiais didáticos, isso no início de março.

Estes não são problemas apenas das unidades de educação da zona urbana. Pelo contrário. A zona rural, assim como denunciou a vereadora Kalynka Meirelles em suas redes sociais, também vem enfrentando problemas em suas unidades. A falta de infraestrutura tem preocupado os gestores da Escola Municipal de Educação Infantil Augustin Alves de Oliveira, no distrito de Boa Vista.

“Parece até um filme de terror que estamos vendo nessa unidade. Abandono, descaso e desprezo. No corredor principal já podemos ver as marcas do abandono, do desleixo e da falta de respeito com a educação, principalmente da zona rural. Um dos poucos espaços que as crianças têm para brincar é um dos locais mais críticos. Temos problemas no madeiramento, que está praticamente podre, e nas paredes. É praticamente uma tragédia anunciada. Hoje choveu um pouco no período da manhã, e no período da tarde, período em que realizamos esta fiscalização e visita, uma das salas continua bastante úmida, mesmo com os funcionários fazendo a limpeza. Outras salas também apresentam os mesmos problemas”, explicou a vereadora.

Outra situação alarmante, segundo Kalynka, são as estruturas de ferro expostas. Segundo ela, crianças de 3 anos são obrigadas a conviverem nesse ambiente, completamente perigoso. “Uma salinha aqui teve que ser interditada. Como que as crianças, que são menorzinhas, de 0 a 3 anos, ficam num lugar assim, onde tem ferrugem, ferro exposto e vidros trincados. A gente sabe que criança acaba mexendo, acaba brincando. Por esse motivo, esta parte precisou ser isolada e as crianças não estão mais aqui. Os funcionários aqui tentam se virar como podem, tentam dar o seu melhor. A gente percebe que a unidade está limpa, está organizada. O que falta aqui é investimento”, reclamou.

VOLTANDO NO TEMPO

Desde janeiro do ano passado, as unidades que oferecem o ensino fundamental I e II foram municipalizadas e, de lá para cá, sofrem com a má gestão do governo atual.

Mães procuraram a nossa redação para denunciarem o descaso. “Estamos entrando em março, as aulas começaram com atraso, e ainda assim a secretaria municipal de educação não conseguiu se organizar. Meu filho, assim como as outras crianças que estudam na escola, não recebeu os livros, precisam se juntar a outras turmas de séries inferiores, pois não há professores lotados para dar aula. Um absurdo”, disse uma mãe que não quis se identificar por medo de represália ao filho.

Outra, apontou a falta de professores auxiliares nas salas de aula. “Meu filho é autista e, até o momento, não há professor auxiliar para acompanhá-lo. Fui perguntar na secretaria e a resposta é que não há previsão para resolver o problema. Complicado, pois eles tiveram um ano para se adequar e atender essas crianças com qualidade. Mas não é o que está acontecendo. E, sabe o que é pior? Não temos onde e para quem reclamar. Se vamos nas secretarias das escolas, dizem que estamos infringindo a lei de desacato. Se vamos na secretaria municipal de educação, não somos atendidos. Nossa única alternativa, está sendo reclamar para os vereadores”, explicou.

As denúncias, de fato, foram parar nas mãos dos vereadores. A vereadora Kalynka Meirelles nos contou que muitas dessas reclamações foram protocoladas no Ministério Público para providências. “Já cansei de solicitar à secretária, via requerimento, que viesse na Câmara nos dar explicações sobre a situação e se há prazo para a regularização dessas pendências. Porém, não obtive respostas. Sou mãe e sei muito bem o que esses pais estão passando e não vou fechar os olhos. Protocolei todas as denúncias junto ao Ministério Público e aguardo resposta”, disse.

Até o dia 4 de abril de 2024, quem vinha tentando administrar a pasta era Mara Gleibe Ribeiro, pessoa de confiança do prefeito José Carlos do Pátio. Porém, recentemente, ela pediu afastamento para concorrer ao cargo de vereadora. Hoje, quem está comandando a educação é Tatiane Vieira Matos.