Projeto prevê que o gigante da tecnologia e a Amazon Web Services forneçam serviços de computação em nuvem e inteligência artificial ao governo israelense
O CEO do Google, Sundar Pichai, demitiu 28 funcionários que protestaram nas instalações da empresa contra um acordo entre o gigante de tecnologia e Israel, na última terça-feira, 16.
O contrato, avaliado em US$ 1,2 bilhão, é parte da campanha Dia de Ação Sem Tecnologia para o Genocídio (No Tech for Genocide). Funcionários do Google protestaram por 10 horas contra o acordo.
Pichai quebrou o silêncio dois dias depois do protesto que ocorreu nas sedes da empresa em Nova York, Seattle e Sunnyvale, Califórnia.
Em um memorando de 1,2 mil palavras, Pichai enfatizou que o Google “é uma empresa, e não um lugar para agir de forma disruptiva, fazer os colegas se sentirem inseguros, usar a empresa como plataforma pessoal, ou debater questões políticas”.
Nove funcionários foram presos antes que o Google demitisse os 28 colaboradores. “Quando chegamos ao trabalho, nosso objetivo é organizar as informações do mundo e torná-las universalmente acessíveis e úteis”, afirmou Pichai, em seu memorando.
A demissão de funcionários pelo Google
A mensagem do CEO do Google surgiu depois de um comunicado enviado por Chris Rackow, vice-presidente de segurança global da empresa.
Rackow criticou os funcionários pró-Palestina que ocuparam o escritório de um executivo da empresa em Sunnyvale, na Califórnia
Os funcionários ergueram cartazes com as frases “Não ao genocídio com fins lucrativos” e “estamos com os Googlers palestinos, árabes e muçulmanos”. O grupo fez uma postagem no Twitter/X e mostrou que também invadiu o escritório do CEO do Google Cloud, Thomas Kurian.
O contrato de US$ 1,2 bilhão do “Projeto Nimbus” prevê que o Google Cloud e a Amazon Web Services forneçam serviços de computação em nuvem e inteligência artificial para o governo e o Exército de Israel.
Um porta-voz do Google afirmou que os protestos “faziam parte de uma campanha de longa data de um grupo de organizações e pessoas que em grande parte não trabalham” na empresa.
A concorrente do Google, Meta, empresa-mãe dos gigantes das redes sociais Facebook e Instagram, possui políticas semelhantes em sua sede em Menlo Park, Califórnia.
Lá, os funcionários são orientados a não discutir “assuntos de saúde, como eficácia de vacinas e aborto, questões legais como legislação pendente, questões políticas como eleições ou movimentos políticos, e propriedade e direitos de armas”.
A iniciativa faz parte das Expectativas de Engajamento Comunitário da Meta, implantadas quando a empresa alterou suas políticas de comunicação interna no fim de 2022.
*Fonte: Revista Oeste