Nova ofensiva de Pequim eleva a tensão na Ásia
Mais de 40 aviões militares chineses atravessaram o Estreito de Taiwan, informou o Ministério da Defesa de Taiwan. A ofensiva ocorreu neste sábado, 25. Detalhes sobre as operações não foram divulgados pelas autoridades taiwanesas.
Pequim defendeu suas ações, descrevendo-as como uma “punição” à tentativa da ilha de se tornar independente.
O Partido Comunista Chinês enfatizou que considera Taiwan parte de seu território e declarou estar disposto a empregar a força para anexá-la, se necessário.
A escalada militar da China
A ofensiva chinesa teve início na quinta-feira 23. Naquele dia, Pequim concentrou suas forças em cinco áreas ao redor da ilha para simular a invasão do território do país vizinho.
A operação surpresa começou às 7h45 da manhã. Segundo a agência chinesa Xinhua, o codinome escolhido foi “Espada Conjunta 2024-A”, definição que se refere ao uso combinado de forças navais, aéreas, terrestres e de mísseis.
A letra “A” sugere que se trata apenas da primeira operação de uma longa série. O que ficou evidente neste sábado.
Segundo o comunicado chinês, as manobras durarão dois dias. Pequim acusa o presidente da Taiwan, William Lai Ching-te, de ser “um separatista perigoso e traidor da pátria”.
O cerco a Taiwan
As unidades militares chinesas percorreram muitas milhas náuticas além do litoral oriental de Taiwan, nas rotas que levam até o Japão e Filipinas, onde os Estados Unidos têm bases de onde deveria chegar o socorro para a ilha em caso de ataque chinês.
O mapa da operação “punitiva”, registrado acima, mostra Taiwan cercada por cinco grandes retângulos vermelhos e as ilhas de Kinmen, Matsu e Dongyin, controladas pelo governo de Taipei. A região é próxima da costa continental da China.
O governo de Taiwan mobilizou suas forças para “defender a soberania” e protestou contra a “provocação irracional” do lado chinês. O Ministério da Defesa de Taipei enviou caças interceptores e colocou as Forças Navais, balísticas e terrestres em alerta.
O comando militar taiwanês considera elevado o risco de, um dia, grandes manobras chinesas como as que estão em andamento dissimulem o início de um verdadeiro ataque.
Analistas militares observam que a operação revela uma simulação de invasão em grande escala.
*Fonte: Revista Oeste