Segundo informações levantadas pela revista Veja, Robson Luiz Almeida de França está cadastrado como defensor do ex-secretário em 31 processos
O ex-secretário de Política Agrícola Neri Geller, que se demitiu nesta terça-feira, 11, depois da suspensão do leilão de arroz da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tentou esconder que ainda tem relação profissional com o sócio-administrador da Foco Corretora de Grãos, intermediadora do leilão, Robson Luiz Almeida de França, que é seu advogado em ações na Justiça Eleitoral de Mato Grosso.
De acordo com entrevista concedida ao site da revista Veja, Geller sustentou que não tinha relação com França há quatro anos. “Ele trabalhou comigo até 2020”, afirmou. “Falei com ele recentemente, e ele até brincou dizendo que eu não pago mais o salário dele.”
Mas não é bem isso o que indicam os processos na Justiça.
Segundo informações levantadas por Veja, França continua atuando como advogado de Geller em diversos processos eleitorais, inclusive na prestação de contas do Partido Progressistas (PP) de Mato Grosso. No processo, a última movimentação de França foi no dia 14 de maio deste ano, quando apresentou as suas alegações finais.
A reportagem também identificou mais 30 processos em que o proprietário da Foco está habilitado como advogado de Geller na Justiça Eleitoral de Mato Grosso. Há representações, prestações de contas de campanha e do partido. França atuou nesses casos a partir de 2020, e a maioria deles (29 de 31) já está arquivada.
França foi assessor de Geller na Câmara
Como mostrou a reportagem de Veja, França também trabalhou como assessor direto de Geller, durante o seu mandato como deputado federal, entre 2019 e 2022. O dono da Foco também é sócio do filho do ex-secretário, Marcelo Geller, em outra empresa.
No leilão de arroz da última quinta-feira, 6, a Foco representou três das quatro empresas vencedoras: Zafira Trading, ASR Locação de Veículos e Máquinas e Icefruit Indústria e Comércio de Alimentos. Ela atuou na arrematação de 11 dos 17 lotes de arroz que foram objeto do certame.
O principal argumento do governo Lula (PT) para anular o leilão foi a falta de confiança de que as empresas teriam capacidade técnica e financeira de cumprir o compromisso do edital.
*Fonte: Revista Oeste