Procurador-geral do Estado afirma que farmacêutica omitiu dados sobre efeitos colaterais
O Estado do Kansas, nos Estados Unidos, iniciou uma ação judicial contra a Pfizer na segunda-feira 17. A farmacêutica é acusada de omitir possíveis riscos da vacina contra a covid-19 e de divulgar informações enganosas sobre sua eficácia, violando a Lei de Proteção ao Consumidor do Kansas, além de exercer uma suposta pressão sobre as redes sociais para evitar a divulgação de informações negativas.
“A Pfizer fez múltiplas declarações falsas para enganar o público sobre a sua vacina no momento em que os norte-americanos precisavam da verdade”, afirmou o procurador-geral do Kansas, Kris Kobach, em comunicado.
O comunicado foi registrado na página do procurador-geral no Twitter/X.
Pfizer made multiple misleading statements to deceive the public about its vaccine at a time when Americans needed the truth. #ksleg #COVID #Pfizer
Kansas AG sues Pfizer for misleading Kansans on COVID vaccine (https://t.co/bOjsqyDidT) pic.twitter.com/O9TcSN31h1— Kansas AG’s Office (@KSAGOffice) June 17, 2024
Procurador-geral diz que Pfizer omitiu efeitos colaterais da vacina
A ação do procurador-geral, que tramita no tribunal distrital do condado de Thomas, afirma que a Pfizer teria ocultado efeitos colaterais, incluindo complicações na gravidez, como aborto espontâneo, e inflamações no coração, como miocardite e pericardite.
No comunicado à imprensa, Kris Kobach disse que a Pfizer enganou os cidadãos do Kansas sobre os riscos da vacina, ao omitir riscos. E, ainda, que alegou que as vacinas protegiam contra variantes da covid quando os dados mostravam o contrário.
Sobre o uso da vacina por mulheres grávidas, o procurador disse que Pfizer informou que a vacina era segura para esse público, mas os dados teriam indicado centenas de efeitos colaterais, incluindo dezenas de casos de aborto espontâneo.
“Em fevereiro de 2021, a Pfizer possuía relatórios para 458 mulheres grávidas que receberam a vacina covid-19 durante a gravidez e mais da metade das mulheres grávidas relatou um evento adverso e mais de 10% relataram um aborto espontâneo, muitos, depois de poucos dias da vacinação”, declarou Kobach.
BREAKING: Kansas AG Kris Kobach is suing Pfizer over the COVID vaccine:
1. Safety related to pregnant women
2. Heart problems or related issues
3. Lying regarding vaccine efficacy
4. Colluding to censor questions
pic.twitter.com/FeJCRSEvwU— End Wokeness (@EndWokeness) June 17, 2024
O procurador ainda citou um estudo da farmacêutica de outubro de 2020 que relacionava a vacina administrada a ratos com infertilidade e casos de natimortos.
Kobach também falou sobre a ineficácia da vacina para variantes do coronavírus. “A Pfizer também alegou que sua vacina protegia contra variantes covid-19 mesmo embora os dados disponíveis na época mostrassem que a vacina da Pfizer foi eficaz menos da metade do tempo contra a variante.”
Na declaração, o procurador diz que “a Pfizer alegou que suas vacinas preveniam a transmissão da covid, mas a empresa admitiu mais tarde que nunca fez os estudos adequados para respaldar essa alegação”.
O comunicado também alega que “a Pfizer coordenou com autoridades de mídia social para censurar discursos críticos às vacinas da convid-19 e se recusou a participar do programa de desenvolvimento de vacinas do governo federal, a Operação Warp Speed, para evitar a supervisão do governo”.
“A Pfizer fez várias declarações enganosas para enganar o público sobre sua vacina em um momento em que os americanos precisavam da verdade”, disse Kobach.
Pfizer nega acusações
Em resposta, a Pfizer, sediada em Nova York, declarou que as informações sobre a vacina anticovid “foram precisas e baseadas na ciência” e que o processo não tem mérito.
A vacina da farmacêutica, desenvolvida com a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), começou a ser administrada em janeiro de 2021, durante a pandemia de covid-19. Em junho do mesmo ano, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de alimentos e medicamentos dos EUA, adicionou um aviso sobre miocardite e pericardite ao rótulo da vacina. Esses efeitos seriam raros e teriam mais frequência em adolescentes e jovens do sexo masculino.
Ações judiciais em outros Estados
Esta é a segunda ação desse tipo contra a Pfizer. No novembro do ano passado, o procurador-geral do Texas, Ken Paxton, também moveu uma ação similar contra a farmacêutica norte-americana, que ainda está em andamento.
Kris Kobach informou que outros Estados norte-americanos estão investigando os efeitos da vacina e podem seguir com processos judiciais contra a empresa.
*Fonte: Revista Oeste