A vereadora Kalynka Meirelles cobrou, durante sessão ordinária desta quarta-feira (03), uma atenção maior da gestão municipal para as gestantes do município. Como exemplo para o pedido, usou o caso de uma grávida de nove meses que, há duas semanas, descobriu que o bebê estava morto em sua barriga somente após procurar atendimento no pronto atendimento da Santa Casa. Segundo ela, a falta de atenção às gestantes de risco durante o pré-natal, está ocasionando problemas irreparáveis na hora do parto.
“Estou muito preocupada com o atendimento das nossas grávidas do município. Chega um momento da nossa vida que, para nós mulheres, é um dos momentos mais importantes. É quando está chegando um filho. Depois de um caso que aconteceu recentemente com uma gestante, onde, inclusive, nós pedimos, por meio de requerimento, o prontuário, pois com nove meses, ao dar entrada no pronto atendimento da Santa Casa, ela descobriu que o bebê que ela esperava estava sem vida. Ontem eu estive conversando com ela e a mesma está muito triste ainda, pois o ocorrido foi há duas semanas. Ela já estava com o quartinho todo montado, tudo pronto”, lamentou.
A vereadora destacou que o trabalho realizado no Centro Especializado da Mulher é de qualidade, porém não consegue atender a demanda. “Eu estive visitando aqui o Centro de Atendimento Especializado da Mulher. Um trabalho bem prestado, mas um trabalho que atende 19 municípios da região. As grávidas acabam indo nos ESF’s e, mesmo aquelas que são gravidez de risco, por inúmeras vezes não são encaminhadas para esse atendimento especializado. Os ESF’s têm que ter sim uma descentralização, como acontecia há alguns anos, onde existiam ginecologistas para poder atender essas mulheres nesse momento tão importante. Estou cobrando, vou cobrar e vou fazer esse levantamento. As nossas grávidas têm que ter um atendimento especial para que seus filhos não morram, principalmente na hora do parto”.
O vereador José Felipe Horta reforçou o pedido da colega vereadora. Disse que a situação é uma tragédia anunciada. “A vereadora Kalynka Meirelles colocou aqui uma situação que ocorreu no nosso município, de uma gestante praticamente com nove meses de gestação e que chegou ao pronto atendimento da Santa Casa e o bebê dela já estava em óbito. Isso daí é uma tragédia anunciada e há muito tempo. Estamos com três ginecologistas, praticamente, responsáveis pelo atendimento de toda a rede de um município de 250.000 habitantes. Enquanto que, em Pedra Preta, município vizinho e com 15.000 habitantes, têm 2 ginecologistas”, explicou.
Ele disse ainda que antigamente havia alguns pontos de apoio que contavam com o serviço de ginecologia para o pré-natal de baixo risco. “A gestante que iria consultar, além de fazer o pré-natal no PSF, ela poderia passar pelo ginecologista. Tínhamos um ginecologista na Policlínica da Vila Operária, um no Conjunto São José, um lá na Cohab, tinha um profissional no Amparo, outro na Paulista, e isso foi extinto. Hoje, para uma gestante ser atendida por um ginecologista, ela tem que ser de alto risco. E aí, muitas vezes, o clínico geral pode não conseguir fazer esse diagnóstico a tempo. Resultado: acontece o que aconteceu com a gestante mencionada pela colega vereadora”.
José Felipe, que também é médico ginecologista/obstetra, apresentou sugestões para o problema. “Outra situação que poderia melhorar isso, além da apresentada pela vereadora Kalynka, seria o projeto da residência médica de saúde da família. O prefeito não assina o convênio, se recusa”, finalizou.