A morte dos animais é resultado do derramamento de resíduos de cana-de-açúcar nas águas da região
A Defesa Civil e a Polícia Militar Ambiental iniciaram no domingo 21 a remoção de grandes quantidades de peixes mortos no Rio Piracicaba, a 157 quilômetros de São Paulo, depois de um desastre ambiental.
A operação conta com dez embarcações pequenas, dois hidrotratores e 30 homens para realizar a limpeza. Os hidrotratores retiram os maiores cardumes, enquanto as embarcações menores fazem a remoção manual.
Já foram retiradas 36 toneladas de peixes mortos. A ação requer cuidados especiais para preservar o meio ambiente e recuperar a fauna afetada.
Depois da conclusão de um laudo técnico, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) multou a Usina São José S/A Açúcar e Álcool em R$ 18 milhões pelo derramamento de resíduos de cana-de-açúcar com alta carga orgânica.
Mais de 235 mil peixes morreram em Piracicaba
De acordo com a Cetesb, o incidente resultou na morte de mais de 235 mil peixes na área urbana de Piracicaba em 7de julho e na Área de Proteção Ambiental (APA) Tanquã em 15 de julho.
A investigação identificou uma relação direta entre o derramamento de resíduos industriais e mel de cana-de-açúcar pela usina e os dois episódios de mortandade de peixes.
A Cetesb também informou que serão exigidas medidas corretivas e técnicas da usina. Em nota, a empresa declarou que “não recebeu evidências que demonstrem nexo causal entre suas operações e a mortandade de peixes”.
A usina contestou a investigação, afirmando que outros focos de poluição não foram considerados.
O Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) do Ministério Público instaurou um inquérito civil para apurar a responsabilidade da usina, localizada em Rio das Pedras, a 16 quilômetros de Piracicaba.
A investigação avaliará a extensão dos danos aos ecossistemas aquáticos da região e pode levar à adoção de medidas reparatórias.
*Fonte: Revista Oeste