Grupo lavou R$ 77 milhões em casas noturnas
O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, recebeu denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) e tornou réus 14 pessoas envolvidas na Operação Ragnatela. O grupo é suspeito lavagem milionária de dinheiro para a facção criminosa Comando Vermelho por meio de casas noturnas de Cuiabá.
Na mesma decisão, publicada nesta quarta-feira (24), o magistrado manteve a prisão de cinco acusados. Em junho deste ano, a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (Ficco-MT) deflagrou a Operação Ragnatela para desarticular um núcleo da organização criminosa responsável pela lavagem de dinheiro em casas noturnas.
Ao deflagrar a operação, a Polícia Federal apontou que os investigados teriam movimentado cerca de R$ 77 milhões. A investigação identificou que criminosos teriam adquirido a casa noturna Dallas, em Cuiabá, pelo valor de R$ 800 mil, pagos em espécie, com o lucro por meio de atividades ilícitas.
Foram denunciados pelo Órgão Ministerial Ana Cristina Brauna Freitas, Agner Luiz Pereira de Oliveira Soares, Clawilson Almeida Lacava, Elzyo Jardel Xavier Pires, Joanilson de Lima Oliveira, Joadir Alves Gonçalves, João Lennon Arruda de Souza, Kamilla Beretta Bertoni, Lauriano Silva Gomes da Cruz, Matheus Araujo Barbosa, Rafael Piaia Pael, Rodrigo de Souza Leal, Willian Aparecido da Costa Pereira e Wilson Carlos da Costa. O juiz considerou que as provas mencionadas na denúncia são elementos suficientes para o desencadeamento da ação penal, tendo em mente que nesta fase processual o princípio vigente é “in dubio pro societate”, ou seja a favor da sociedade.
“Com essas considerações, em análise à peça acusatória, nota-se que a inicial atende ao disposto no artigo 41 do Código de Processo Penal e que não há incidência de nenhuma das hipóteses previstas no artigo 395 do CPP, pelo que recebo a denúncia oferecida em face dos réus supracitados, por satisfazer os requisitos legais, vez que amparada em indícios de autoria e materialidade”.
Ainda na decisão, Jean Garcia manteve a prisão preventiva de cinco denunciados por serem considerados líderes da facção: Joadir Alves Gonçalves, Joanilson de Lima Oliveira, João Lennon Arruda de Souza, Willian Parecido da Costa Pereira e Elyzio Jardel Xavier Pires. De acordo com o magistrado, não fundamentação jurídica plausível para que se determine a revogação da prisão.
“Ante o exposto, encontrando-se presentes as circunstâncias fáticas que justificaram a prisão preventiva dos denunciados, não havendo alteração a ensejar a revogação da prisão preventiva, nos termos do art. 316 do CPP, razão pela qual, mantenho a segregação cautelar dos acusados Joadir Alves Gonçalves, Joanilson de Lima Oliveira, João Lennon Arruda de Souza, Willian Parecido da Costa Pereira e Elyzio Jardel Xavier Pires”, determinou o juiz.
*Fonte: FolhaMax