Sócia de um escritório de advocacia criminal foi alvo de uma operação da polícia civil contra lavagem de dinheiro e jogos ilegais
A advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra foi presa no Recife na manhã desta quarta-feira, 4, no âmbito da operação da Polícia Civil de Pernambuco denominada “Integration”.
Deolane é acusada de participar de uma uma organização criminosa envolvida em jogos ilegais e lavagem de dinheiro. Ao total, foram bloqueados R$ 2 bilhões, entre carros de luxo, aeronaves e joias.
Famosa nas redes sociais, em que acumula mais de 20 milhões de seguidores, ficou famosa após a morte do funkeiro MC Kevin, do qual era noiva. MC Kevin faleceu ao cair do 5º andar de um quarto de hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ele tentava evitar que Deolane o flagrasse com uma acompanhante.
Formada em Direito e especializada em advocacia criminal, Deolane gerou polêmicas em 2021 quando, durante uma entrevista, declarou gostar de bandidos.
“Gosto de bandido“, disse, “Gosto de advogar para bandido. Escuto: ‘Doutora, tô fodido, a casa caiu. Fiz mesmo’. Eu gosto disso mesmo. Agora, vamos tentar diminuir a pena. Pergunto se tem prova. ‘Não tem, doutora’. Respondo: Então vamos pedir a absolvição.”
Em 2022 Deolane declarou apoio ao então candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva.
– Feitos um pro outro. https://t.co/SMBaoiVsSh pic.twitter.com/YR67duxbsA
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 26, 2022
TO FECHADA COM VOCÊ E NÃO ABRO MÃO ❤️ pic.twitter.com/K2osbPqQPl
— Dra. Deolane ⚖️ (@Dra_Deolane) April 26, 2022
Deolane é sócia de um escritório de advocacia criminal, o Bezerra Advogados & Associados, onde atua junto com suas irmãs, Danielle e Dayenne, que também são responsáveis pelo canal As Doutoras em que mostram sua rotina.
Em 2022, ela foi alvo de busca e apreensão em uma operação da Polícia Civil de São Paulo por suspeita de ter relação com uma empresa de apostas esportivas na internet. Na época, a empresa era investigada por “crime contra a economia popular e associação criminosa”.
Investigada por ligação com tráfico e lavagem de dinheiro
Em fevereiro de 2024 a Polícia Civil do Rio de Janeiro começou a investigar a relação de Deolane com traficantes do Complexo da Maré, na zona norte da capital fluminense.
A advogada e influenciadora digital apareceu em um vídeo de uma festa na favela. Ela estava com um cordão de ouro do chefe do tráfico do Complexo da Maré, Thiago da Silva Folly, conhecido como “TH”. Dayanne Bezerra, sua irmã, também apareceu em imagens com o cordão.
A Polícia Civil de São Paulo também abriu uma investigação contra a empresa Bezerra Publicidade, da qual Deolane Bezerra é sócia por de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a Bezerra Publicidade teria movimentado R$ 13 milhões entre maio de 2021 e maio de 2022 — valor superior ao limite estabelecido pelo Simples Nacional (regime tributário exclusivo para micro e pequena empresa), de R$ 4,8 milhões.
Assessorada pela ‘máfia digital’
Deolane foi assessorada por muitos anos pela Mynd8, maior agência de influência do Brasil.
A Mynd8 é conhecida como “máfia digital” por seus críticos e em dezembro teve sua credibilidade comprometida depois que a jovem Jéssica Canedo cometeu suicídio. Jéssica foi alvo de difamação por páginas assessoradas pela agência.
Deolane tentou carreira artística, mas não decolou
A influenciadora tentou também se lançar no mercado musical, com o single Meu Menino, em homenagem ao MC Kevin.
Em 2022, Deolane participou do reality show A Fazenda 14, na TV Record, em que foi protagonista de inúmeros barracos ao longo de sua participação, como ameaças e muitas polêmicas. Após 11 semanas, a advogada desistiu do programa ao alegar um problema de saúde da mãe.
Criada pela mãe, sem a presença do pai, Deolane tem três filhos: Gilliard, adotado quando ela tinha 16 anos, Caíque e Valentina, frutos do relacionamento com o ex-marido, Thiago da Silva Folly.
Em agosto, o filho mais velho de Deolane teve um McLaren 720S Coupé, um carro de luxo cujo preço chega a R$ 3 milhões, apreendido pela Polícia Militar de São Paulo por estar sem placa. Ele estava dirigindo sem carteira de habilitação.
*Fonte: Revista Oeste