Diretora da maior penitenciária do Equador é assassinada a tiros

O incidente ocorreu apenas 10 dias depois da morte de outro diretor prisional, o que sugere o retorno de uma onda de violência no país

A diretora de uma penitenciária em Guayaquil, no Equador, foi assassinada a tiros nesta quinta-feira, 12, relata a Folha de S.Paulo. O incidente ocorreu apenas dez dias depois da morte de outro diretor prisional, em Lago Agrio, no norte do país. Esses novos episódios indicam um recrudescimento da violência no Equador nos últimos dias, depois da onda de terror do início do ano.

María Daniela Icaza Resabala era diretora do presídio conhecido como Penitenciária do Litoral. Álex Guevara, diretor do Centro de Reabilitação Social Sucumbíos, também foi vítima de um ataque armado semelhante.

Esses assassinatos são reflexos de uma crise de segurança que já havia causado pânico em janeiro, motivada pela fuga de José Adolfo Macías Salazar, conhecido como Fito, de 44 anos, líder da organização criminosa local, o Los Choneros.

Na ocasião, o presidente Daniel Noboa declarou estado de emergência por 90 dias e conflito armado interno. Ordenou aos militares que combatessem aproximadamente 20 gangues criminosas vinculadas a cartéis do México e da Colômbia, que ele classificou como terroristas.

Em janeiro, a fuga desencadeou uma série de motins, ataques à imprensa, explosões de carros-bomba e resultou em pelo menos 20 mortes.

Medidas governamentais para conter a violência no Equador

Em resposta à crise, o presidente Noboa organizou um plebiscito para obter apoio popular à militarização da segurança e outras medidas controversas, como a extradição de equatorianos. O governo saiu vitorioso do referendo.

O Equador, situado entre a Colômbia e o Peru, grandes produtores de cocaína, tornou-se um ponto estratégico disputado por facções criminosas. Isto elevou os índices de violência.

No ano passado, a taxa de homicídios atingiu um recorde de 47 por 100 mil habitantes, comparado a 6 por 100 mil em 2018.

Segundo o Ministério do Interior, de janeiro a setembro de 2024, foram registrados 4.236 assassinatos, uma queda em relação aos 5.112 do mesmo período do ano passado.

*Fonte: Revista Oeste