A empresa aérea soma R$ 1,5 bilhão em dívidas
A Fitch Ratings anunciou a rebaixamento da classificação de crédito da Azul S.A., uma das maiores companhias aéreas do Brasil, para “CCC”. A categoria indica um cenário “muito delicado” e de alto risco de falta de pagamento.
A nova avaliação reflete a dificuldade da empresa em lidar com a depreciação do real, o aumento dos custos operacionais e a pressão sobre o fluxo de caixa.
A situação levou a agência de classificação de risco a considerar a estrutura de capital da Azul como “insustentável”.
Segundo o relatório da Fitch, a companhia aérea enfrenta um aumento nos riscos relacionados à renegociação de dívidas e à captação de novos financiamentos. A empresa soma R$ 1,5 bilhão em dívidas de curto prazo, das quais R$ 1,2 bilhão vencem até o fim de 2024.
No entanto, a Azul conta com apenas R$ 1,4 bilhão em caixa disponível, o que reduz a margem de segurança para evitar um cenário de inadimplência, segundo a agência de classificação de riscos.
Além disso, a Fitch apontou que a Azul enfrenta dificuldades adicionais devido a uma perda de aproximadamente 10% na receita. Essa condição é atribuída à desvalorização do real e ao atraso na entrega de novas aeronaves.
Esses fatores têm impactado negativamente o fluxo de caixa operacional, com previsão de geração de ebitda (lucro antes da dedução de impostos e encargos) entre R$ 3,3 bilhões e R$ 3,6 bilhões para o segundo semestre de 2024. Enquanto isso, as despesas com aluguéis, juros e investimentos somam cerca de R$ 4,1 bilhões.
Azul em crise
Apesar das renegociações em curso com credores, a Fitch destacou que as condições propostas, incluindo a troca de dívida por participação acionária, não têm sido favoráveis o suficiente para melhorar a situação financeira da companhia no curto prazo.
A empresa ressaltou que o tempo para chegar a uma solução está se prolongando além do previsto, agravando a percepção de risco.
A Azul foi classificada pela Fitch como uma empresa que, em caso de falência, seria reorganizada em vez de liquidada, devido à sua importância estratégica.
A agência alerta que, sem uma melhora significativa na geração de caixa e uma solução sustentável para a dívida, a situação da empresa pode piorar.
Os especialistas da Fitch reiteram que uma melhoria da classificação da Azul só será possível depois da empresa resolver suas necessidades imediatas de refinanciamento e estabilizar sua liquidez.
A situação da Azul é acompanhada de perto pelo mercado, já que a companhia opera na conexão entre várias cidades do Brasil e do exterior.
*Fonte: Revista Oeste