Documentos mostram que não criticar a organização terrorista era uma das exigências
As Forças de Defesa de Israel (FDI) publicaram nesta quinta-feira, 24, documentos que indicam uma cooperação estreita entre o Hamas e a emissora Al Jazeera, do Catar.
No acordo, há a proibição de críticas à organização e o estabelecimento de uma linha de comunicação segura entre as organizações.
Em um documento de 2022 divulgado pelas FDI, o Hamas descreve como forneceu instruções claras à Al Jazeera sobre a cobertura de um lançamento falho de foguete da Jihad Islâmica em Jabaliya, na Palestina, que resultou na morte de vários civis.
As instruções incluíam evitar o uso da palavra “massacre” para descrever o evento, reduzir a exibição de imagens do incidente e garantir que os jornalistas não criticassem o Hamas.
Outro documento do mesmo ano revela as instruções dadas ao jornalista Tamer Almisshall para sua cobertura da Jihad Islâmica durante a Operação Breaking Dawn, em agosto de 2022.
As orientações eram apoiar a “resistência” em Gaza e evitar qualquer crítica à capacidade de lançamento de foguetes da Jihad Islâmica, em virtude do grande número de falhas nos lançamentos.
Um documento de 2023 mostra que o Hamas decidiu estabelecer um “Telefone Al Jazeera” — uma linha segura que permitiria à organização se comunicar com a emissora de forma confidencial durante emergências.
Israel relaciona 6 jornalistas da Al Jazeera com o Hamas
“O Hamas direciona a cobertura da mídia da Al Jazeera para servir aos seus próprios interesses, impedindo que o público em Gaza e ao redor do mundo descubra a verdade sobre seus crimes contra civis de Gaza”, disseram as FDI, em seu perfil oficial no Twitter/X. “Pense duas vezes antes de usar a Al Jazeera como uma fonte ‘confiável’.”
O governo de Tel-Aviv acusa, primeiramente, os seguintes jornalistas: Anas Jamal Al-Sharif; Alaa Abdul Muhammad Salama; Hossam Basel Karim Shabat; Ashraf Ashour Saraj; Ismail Abu Omar e Talal Abdul Rahman Aruki.
As forças israelenses dizem que os documentos incluem “tabelas pessoais, listas de cursos de treinamento terrorista, listas telefônicas e documentos salariais de terroristas”.
Conforme o Exército de Israel, os documentos deixam claro a existência de um processo de “integração dos terroristas do Hamas com a rede de comunicação social Qatari Al Jazeera”.
Em nota, Israel reforça: “A maioria dos jornalistas que as FDI denunciaram como agentes da ala militar do Hamas lidera a propaganda do grupo na Al Jazeera, especialmente no norte da Faixa de Gaza”.
*Fonte: Revista Oeste