Ivalda Aleixo, delegada do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), destacou que o crime foi meticulosamente planejado
A investigação detalhada sobre o ataque a Antônio Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), revelou que os criminosos receberam um sinal de dentro do saguão do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. De acordo com a investigação, isso permitiu a ação no momento certo.
A delegada Ivalda Aleixo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), destacou que o ataque foi meticulosamente planejado. “A ação durou sete segundos”, explicou. “Foi planejada, ensaiada e sincronizada com o sinal de alguém dentro do saguão.”
Movimentação do veículo suspeito antes do ataque ao delator do PCC
Além disso, câmeras de segurança capturaram um Volkswagen Gol preto, que circulava na área de embarque antes de estacionar atrás de um ônibus da Guarda Civil Metropolitana (GCM), para aguardar a presença do delator do PCC.
O veículo deu ré e se movimentou lentamente até que os ocupantes conseguissem interceptar Gritzbach na calçada que separa as pistas do Terminal 2.
Na ocasião, Gritzbach estava saindo do Terminal 2 com sua namorada, Maria Helena Antunes, e policiais responsáveis por sua escolta.
A defesa de Gritzbach sugeriu que alguém poderia tê-lo seguido no voo ou que havia um equipamento de geolocalização na caixa de joias que ele carregava. Ele recebeu os adornos, avaliados em R$ 1 milhão, durante uma viagem a Maceió, de onde retornava quando foi assassinado.
Até a última sexta-feira, 15, uma semana depois do crime, nenhum suspeito havia sido preso. O que se apurou até o momento é que policiais foram afastados por envolvimento na escolta particular de Gritzbach ou por terem sido denunciados por ele.
A polícia localizou o carro dos criminosos. Além disso, confirmou que as armas apreendidas no veículo foram as mesmas usadas no crime, que vitimou também o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais.
Histórico de Gritzbach e suas delações
Gritzbach, conhecido por delatar o PCC e policiais civis, foi morto depois de retornar do Nordeste. Ele tinha escolta de quatro policiais, mas apenas dois estavam próximos e não reagiram ao ataque.
Em seu acordo de delação premiada, Gritzbach acusou policiais civis de exigirem R$ 40 milhões para encerrar uma investigação sobre sua participação na morte de dois membros do PCC.
Ele também era suspeito de ordenar o assassinato de Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, em dezembro de 2021, na zona leste de São Paulo.
*Fonte: Revista Oeste