Depois de autorização de Biden para a Ucrânia, Rússia revisa doutrina nuclear

Revisão permite que o país, comandado por Vladimir Putin, considere o uso de armamento nuclear em resposta a ataques convencionais

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, revisou a doutrina nuclear do país após a permissão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para que a Ucrânia use armas norte-americanas em território russo.

A atualização, oficializada nesta terça-feira, 19, redefine os critérios para um ataque conjunto, considerando agressões de Estados não nucleares com apoio de nações nucleares.

A nova doutrina permite à Rússia considerar o uso de armas nucleares em resposta a ataques convencionais, reduzindo a barreira para o emprego desse arsenal. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou que “a Federação Russa reserva o direito de usar armas nucleares em caso de agressão com uso de armas convencionais contra ela e/ou a República da Bielorrússia”.

Rússia amplia conceito de agressão

Ditador russo Vladimir Putin | Foto: Sputnik/Kristina Kormilitsyna/Reuters

A dissuasão nuclear permanece central na estratégia militar da Rússia, agora com uma definição mais ampla de agressão. Em conversa com repórteres, Peskov ressaltou que o documento visa a assegurar retaliação inevitável em caso de agressão à Rússia ou seus aliados.

Essa mudança na doutrina responde diretamente à decisão dos EUA, que Moscou vê como uma escalada perigosa do conflito na Ucrânia.

Decisão de Biden

Joe Biden autorizou o primeiro uso de mísseis de longo alcance fornecidos à Ucrânia para ataques em território russo. As informações são do jornal The New York Times.

Inicialmente, é provável que as armas sejam usadas contra tropas da Rússia e da Coreia do Norte para defender as forças ucranianas na região de Kursk, no oeste do país chefiado por Vladimir Putin.

A decisão de Biden representa uma mudança importante na política dos Estados Unidos e dividiu opiniões entre os assessores do democrata. O posicionamento acontece dois meses antes de o presidente eleito, Donald Trump, que prometeu limitar o apoio à Ucrânia, assumir a Casa Branca.

A medida é vista por analistas como um possível ponto de inflexão, forçando o Kremlin a reavaliar suas estratégias de defesa e dissuasão.

*Fonte: Revista Oeste