Pela 1ª vez, Rússia lança míssil intercontinental contra Ucrânia 

O projétil atingiu a cidade de Dnipro, no centro-leste ucraniano

Em um movimento inédito desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia disparou um míssil balístico intercontinental contra o país, nesta quinta-feira, 21. O projétil atingiu a cidade de Dnipro, no centro-leste ucraniano, depois de Kiev promover ataques com os mísseis de longo alcance ATACMS, de origem norte-americana, com autorização do presidente Joe Biden.

“Um míssil balístico intercontinental foi lançado da região russa de Astrakhan”, informou a Força Aérea de Kiev, em comunicado oficial.

Esse tipo de armamento intercontinental transporta ogivas nucleares e ataca o inimigo a milhares de quilômetros de distância.

Rússia reage ao ataque da Ucrânia com mísseis dos EUA

No início desta semana, o governo dos Estados Unidos autorizou a Ucrânia a utilizar os Sistemas de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS, em inglês) contra a Rússia depois de um ataque massivo de Moscou.

Ucrânia lança mísseis de longo alcance sobre a Rússia pela primeira vez
Moscou prometeu “uma nova fase do conflito” em reação ao lançamento ucraniano | Foto: Reprodução/TV Globo

Segundo a imprensa estatal russa, fragmentos de um míssil danificado causaram um incêndio, rapidamente extinto, sem vítimas nem danos significativos. A Rússia afirmou que conseguiu interceptar com sucesso cinco dos seis mísseis que a Ucrânia lançou.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, declarou que o uso de mísseis norte-americanos pelos ucranianos marca “uma nova fase” do conflito. Ele acusou a Ucrânia e aliados ocidentais de buscarem uma escalada e prometeu uma resposta “adequada” a futuras agressões.

Durante uma coletiva de imprensa, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não confirmou oficialmente o uso dos mísseis ATACMS. No entanto, fontes militares corroboraram a informação sobre o uso dessas armas.

A revisão da doutrina nuclear russa

A nova etapa do conflito também gerou uma revisão da doutrina nuclear russa. Agora, a Rússia considera um ataque de um Estado não nuclear, apoiado por uma potência nuclear, como um ataque conjunto.

Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, exortou os países do bloco a seguirem o exemplo dos EUA, permitindo que a Ucrânia utilize armas de longo alcance para se defender. Ele ressaltou a importância de uma resposta firme e coordenada às ameaças russas.

Reações internacionais e o futuro do conflito

Enquanto a guerra atinge o marco de mil dias, a situação continua volátil. Durante a Cúpula do G20 no Brasil, o presidente dos EUA, Joe Biden, apelou aos líderes mundiais para que apoiem a soberania da Ucrânia.

Em resposta, a Ucrânia reafirmou que não vai se submeter aos invasores e prometeu buscar a paz através da força e do diálogo. O Kremlin, por sua vez, garantiu que a operação militar contra Kiev vai continuar.

*Fonte: Revista Oeste