Segundo Khalil al-Hayya, negociação foi um ‘momento histórico’ na ‘resistência palestina’
O chefe interino do Hamas e principal negociador do grupo, Khalil al-Hayya, afirmou nesta quarta-feira, 15, que o acordo de cessar-fogo com Israel representa uma “derrota” para o país liderado por Benjamin Netanyahu. Segundo ele, a negociação foi um “momento histórico” na “resistência palestina”.
A declaração foi dada durante um discurso na televisão em Doha, no Catar, pouco depois do anúncio oficial do acordo, mediado pelo país, pelos Estados Unidos e pelo Egito.
“O acordo para parar a agressão contra Gaza é uma conquista para nosso povo, nossa resistência, nossa nação e as pessoas livres do mundo”, afirmou Al-Hayya. “Ele marca um ponto de virada crucial na luta contra o inimigo, no caminho para atingir os objetivos de libertação e retorno de nosso povo.”
O acordo de cessar-fogo vai ser votado pelo governo israelense nesta sexta-feira, 17, e deve ser implementado em etapas. O objetivo é encerrar os 15 meses de conflito, que deixou milhares de mortos.
Desde outubro de 2023, Israel tem conduzido intensas operações contra o Hamas em Gaza, como resposta ao ataque do grupo terrorista palestino em 7 de outubro de 2023. Na ocasião, 1,2 mil israelenses morreram, incluindo civis e soldados, e outras 250 pessoas foram sequestradas.
Chefe do Hamas exalta atentado do dia 7 de outubro
Durante o discurso, Al-Hayya exaltou o ataque de 7 de outubro, considerado o pior massacre de judeus em um único dia desde o Holocausto, como um “grande feito militar”. Ele descreveu os assassinatos e as atrocidades cometidas contra civis israelenses como “um motivo de orgulho para nosso povo, que será transmitido de geração em geração”.
Al-Hayya também destacou o apoio de aliados regionais, como o grupo terrorista libanês Hezbollah e os houthis do Iêmen, ambos financiados pelo Irã.
Segundo ele, essas organizações desempenharam um papel “relevante” na “solidariedade com Gaza”, atacando Israel em diferentes frentes ao longo do conflito.
Apesar do cessar-fogo, o Hamas reafirmou sua intenção de buscar a destruição do Estado de Israel.
“Nosso povo expulsará a ocupação de nossa terra e de Jerusalém o mais rápido possível”, declarou Al-Hayya. Ele também fez referência à mesquita de Al-Aqsa como um objetivo central da luta palestina.
*Fonte: Revista Oeste